Sonho de conquistar o US Open, maior competição do gênero
De Curitiba para o mundo: Fernanda Dubiel se torna referência no West Coast Swing
Nascida e criada em Curitiba, Fernanda Dubiel desde cedo demonstrava um amor inato pela dança. As primeiras aulas de ballet, quando muito jovem, foram o ponto de partida para uma jornada que a levaria muito além dos limites da capital paranaense. No entanto, foi um encontro fortuito com o dançarino argentino Maximiliano Moreira que mudaria o curso de sua vida. Maximiliano, ao ver o talento e a paixão da jovem Fernanda, ofereceu-se para lhe dar aulas de tango, um gesto de generosidade que Fernanda jamais esqueceu.
"Curitiba sempre foi meu lar, o lugar onde meus sonhos começaram", diz Fernanda. "Mesmo viajando pelo mundo, sempre carrego comigo as lembranças das ruas da minha cidade, dos amigos e da família que me apoiaram desde o início."
A descoberta do West Coast Swing (WCS), aos oito anos, foi um divisor de águas na vida de Fernanda. A energia contagiante, a liberdade de expressão e a conexão entre os parceiros a cativaram instantaneamente. No entanto, o desafio de aprender um estilo de dança predominantemente americano, com poucos recursos e instrutores no Brasil, era imenso.
Estilo norte-americano surgiu nos anos 40
Surgido na vibrante Califórnia dos anos 1940, o WCS é uma evolução do estilo de dança Lindy Hop, com influências do jitterbug e outras danças swing. Sua principal característica é a adaptabilidade, permitindo que os dançarinos se movam em sintonia com uma ampla gama de estilos musicais, do blues e R&B ao pop contemporâneo.
O WCS se destaca pela fluidez dos movimentos, a improvisação e a conexão profunda entre os parceiros. Com o passar dos anos, o WCS se tornou uma dança social popular em todo o mundo, com comunidades vibrantes e eventos internacionais que celebram sua versatilidade e energia contagiante.
Mas, para Fernanda, os desafios eram consideráveis. Mesmo com a barreira do idioma inglês e a escassez de oportunidades de aprendizado no Brasil, ela não se intimidou. Com determinação e apoio de amigos, ela começou a viajar para os Estados Unidos, buscando aprimorar suas habilidades e se conectar com a comunidade internacional do gênero.
"As viagens eram caras e cansativas, mas a paixão pela dança me dava forças para seguir em frente", relembra Fernanda. "Lembro-me de cada aula, de cada workshop, de cada competição. Cada experiência me ensinou algo novo e me aproximou do meu sonho."
A mudança para a Europa – facilitada pela cidadania polonesa de seu bisavô – foi um passo crucial na carreira da bailarina. Morando lá, pôde viajar com mais frequência para competições e eventos internacionais, consolidando sua posição como uma das principais dançarinas do WCS.
Presença constante nos rankings mundiais e campeã em San Francisco
A trajetória de Fernanda é marcada por conquistas notáveis, como o primeiro lugar no "Boogie By the Bay" em San Francisco e o 10º lugar no ranking mundial do US Open Dance Championships.
Além disso, ela passou a ministrar workshops e aulas particulares. "Adoro compartilhar meu conhecimento e ver outras pessoas se apaixonarem pelo WCS", diz Fernanda. "A dança tem o poder de transformar vidas, de conectar pessoas e de trazer alegria”.
Parceria com dançarino russo tem como meta o US Open
A parceria com o dançarino russo Stanislav Ivanov é um capítulo importante na jornada de Fernanda. Juntos, eles formam uma dupla talentosa e carismática, que encanta o público com suas performances.
O sonho de conquistar o US Open, a maior competição de WCS do mundo, é uma meta que Fernanda e Stanislav perseguem com determinação. Eles treinam intensamente, aprimorando suas habilidades e buscando a perfeição em cada movimento.
Rotina incansável cruza quatro continentes por ano
A vida da bailarina é um turbilhão de viagens, ensaios e apresentações. Com uma agenda que a leva a quatro continentes e mais de 30 países por ano, sua rotina é um exemplo de dedicação e disciplina. As semanas de Fernanda são marcadas por longos voos, workshops intensivos e competições acirradas.
"Viajo quase todos os finais de semana", revela Fernanda. "É preciso muita organização e energia para manter o ritmo”. Quando não está viajando, ela e Ivanov estão ensaiando.
Além dos ensaios, Fernanda também se dedica ao condicionamento físico, com treinos de musculação e outras atividades que a ajudam a manter a forma e a resistência. "A dança exige muito do corpo, é preciso estar sempre preparado. Mas a paixão da comunidade me inspira e me motiva a continuar”, conclui.
