PBFW Edição Talks ocorreu em Curitiba
Wellness é a nova moda? Jorge Grimberg falou sobre tendências de bem-estar em evento no Pátio Batel
A cultura do bem-estar, impulsionada por um estilo de vida mais consciente e equilibrado, tem conquistado cada vez mais espaço no cenário global. A busca por saúde física e mental, aliada a práticas que promovem o autocuidado, reflete uma mudança de paradigma na sociedade contemporânea: o wellness está no centro das atenções. Essa tendência, que se manifesta em diversos setores, também tem impactado o mundo da moda, influenciando o design, a produção e o consumo de roupas e acessórios.
Essa relação entre moda e bem-estar se torna cada vez mais evidente. Filmes como "Challengers" ("Rivais", no Brasil), estrelado por Zendaya, ilustram essa convergência, onde a moda prática e funcional se encontra com o estilo e a expressão individual. As roupas se tornam versáteis, adaptadas para diversas ocasiões e momentos do dia a dia. E isso, justamente, porque as pessoas têm estado mais atentas ao cuidado com a própria saúde.
Nesse contexto, o PBFW Edição Talks – realizado nos dias 26 e 27 de março no Pátio Batel, em Curitiba – trouxe o especialista em tendências Jorge Grimberg, que compartilhou suas perspectivas sobre o futuro da moda e o papel do bem-estar nesse cenário. Durante o evento, Grimberg explorou a evolução do conceito de moda, desde suas origens na corte francesa até as transformações digitais contemporâneas.
O PBFW Edição Talks 2025 reuniu cerca de 800 pessoas em dois dias de discussões sobre tendências e o futuro da moda. O evento contou, ainda, com a participação de renomados profissionais da indústria da moda, como Susana Barbosa, Ali Santos, Priscila Monteiro, Sylvain Justum, Luiza Brasil e Verena Figueiredo.
A origem da moda em paralelo ao consumismo
Grimberg traçou um paralelo entre a história da moda e o surgimento do consumismo. Ele relembrou o plano de Luís XIV e do ministro Colbert para impulsionar a indústria da seda em Lyon, na França, no século XVII, e como essa iniciativa moldou o conceito de moda sazonal e o desejo de consumo.
"Imagino naqueles bailes de temporada que a gente vê em série, as mulheres saíam prontas para apresentar seus novos looks, com as novas sedas de Lyon. E com isso também surge o desejo de consumo e a comparação entre mulheres. A aristocracia em um novo cenário glamouroso, onde cada uma quer superar a outra, uma quer estar sempre um passo à frente da outra na escala social. E foi aí que a semente do consumismo foi plantada", refletiu.
Impacto da era digital e busca por bem-estar
Com o advento da era digital e das redes sociais, o desejo de consumo se intensificou, impulsionado por influenciadores e algoritmos que moldam as tendências e ditam o que compramos. No entanto, em meio a essa cultura do "agora", Grimberg destaca a crescente busca por bem-estar e o resgate de valores como intimidade e conexão humana.
"Hoje, aparentemente, precisamos mais de bem-estar do que de roupa nova", afirmou. Ele ressaltou a importância de marcas como a Dior, que associam essa ideia em eventos como retiros em Aspen, e defendeu que "amor é a métrica do futuro".
"Tudo começa com uma história: quais narrativas você tá absorvendo hoje e quais histórias você está contando e pra quem? É essa conexão humana e a intimidade que vão ditar o futuro", concluiu.
