academia

Mulheres no tatame

Melissa Medroni, especial para a Gazeta do Povo
20/12/2012 02:24
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André Dida acompanha exercício com Melissa Manzoni, que pratica muay thai há quatro anos: corpo modelado e raiva descarregada | Walter Alves/ Gazeta do Povo

Para entrar em forma, as mulheres estão superando o velho preconceito que associa artes marciais ao público masculino. Até mesmo modalidades agressivas como o muay thai, ou boxe tailandês, caíram na preferência delas, que encontram na luta um exercício físico com alto gasto calórico e eficiente para fortalecer os músculos, além de útil para combater o estresse.
"A história de a menina fazer balé e o homem fazer judô mudou", afirma a professora de lutas marciais do curso de Educação Física da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Keith Sato. Segundo ela, a entrada massiva das mulheres nesse meio começou há cerca de dez anos, mas o interesse por certas modalidades aumentou com o sucesso midiático do MMA (Mixed Martial Arts), que envolve golpes de diversas categorias, incluindo o muay thai.
Nas academias especializadas ou nas grandes redes de ginástica, as aulas têm início com um aquecimento aeróbico e seguem com exercícios de flexibilidade e força (no saco de pancadas ou colchonetes). Os alunos aprendem técnicas de ataque e defesa e, ao final, os voluntários participam de uma luta, que não é obrigatória. As turmas costumam ser mistas, mas nos confrontos os participantes são separados por sexo.
Pesquisas recentes apontam um gasto calórico médio de 500 kcal por treino. Além de ajudar no emagrecimento, o muay thai tonifica os músculos, com resultados visíveis já no primeiro mês de atividade. "Nesse período também dá para perceber uma melhora na qualidade do sono e redução do estresse", garante a professora.
Os riscos de lesão são pequenos quando a aula é ministrada por um profissional. "Nem todos podem trabalhar no dia seguinte com um hematoma aparente", garante o instrutor da Academia Gustavo Borges André Dida, que treina os astros de MMA Wanderlei Silva e Shogun. Os equipamentos de proteção incluem bandagens, luvas, caneleira e protetor de seios.
Diferentemente de uma aula tradicional de ginástica, o muay thai tem um processo de aprendizagem com quatorze níveis. As graduações são sinalizadas por uma faixa, o prajied, amarrada ao braço do praticante – vai do branco, para iniciantes, ao prata, para os mestres. A evolução é verificada em testes, realizados a cada três ou quatro meses.
"A mudança de faixa serve como uma motivação extra", afirma Dida. Segundo ele, muitas mulheres começam somente com o objetivo de se condicionar e acabam se envolvendo mais seriamente com o esporte. "É uma aula que une o útil ao agradável, pois além de modelar o corpo permite que você descarregue sua raiva e saia do treino renovada", conta Melissa Manzoni, que pratica muay thai há quatro anos e é faixa azul.
Serviço:
• Chute Box: (41) 3278-7707. • Gustavo Borges: (41) 3339-9600. • Thai Box: (41) 3029-3291. • Thai Brasil: (41) 3079-1001. • Swimex: (41) 3336-5000.