Nunca estivemos tanto no centro de tudo quanto hoje. E ocupar este lugar tem causado cada vez mais ansiedade. Esgotar a pesquisa sobre determinado tema antes de uma decisão, planejar milimetricamente cada atitude que se vai tomar, cercar todas as possibilidades e medi-las compartilhando com os outros , tudo parece ampliar nosso controle sobre as coisas.
Porém, a ficção de sentir-se no comando, de exercitar ao limite esta fantasia fantasmagórica chamada livre-arbítrio tem nos esgotado. Não há algo mais desgastante hoje do que ter de carregar o tempo todo o fardo de ser responsável por fazer as melhores escolhas, principalmente quando relacionadas às situações mais banais. A exigência de acertar sempre e de achar meios de desfrutar ao máximo a vida tem nos esgotado.
O remédio, apenas um passo. Não para frente ou para trás. Mas para o lado. Sair do centro de tudo, pensar de novo antes de dar sua opinião sobre toda e qualquer coisa, ver os furos dos planos como fatos positivos e que contribuem para nossa aprendizagem, planejar e controlar menos. Ouvir duas vezes mais e pesar em dobro as palavras antes que saiam da sua boca.
Se importar menos com os outros e perder menos tempo com bobagens é fundamental para começar bem o novo ano que em breve bate a nossa porta. Vestir-se de branco, pular ondas e guardar sementes não mudam em nada sua relação com o mundo. É preciso atitude.
Terminamos mais um ano da nossa revista com novidades pela frente, que serão reveladas somente em janeiro. Vem coisa boa por aí, aguardem!
Boa leitura!
Adriano Justino, editor
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