psicologia

Você é borderline?

Vivian Faria, especial para a Gazeta do Povo
17/07/2014 03:26
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Do céu ao inferno e de volta ao céu em pouquíssimo tempo. É neste ritmo que vivem as pessoas que têm transtorno de personalidade borderline (TPB), uma condição clínica caracterizada por instabilidade de humor, baixíssima tolerância à frustração, falta de controle sobre os impulsos e dificuldade em estabelecer e manter laços e objetivos.
Os especialistas acreditam que não existe uma causa única para esta fragilidade. "Fatores genéticos associados a ambientais que prejudicam o desenvolvimento emocional precoce dos indivíduos, com ênfase em situações traumáticas é a combinação mais usual", diz o supervisor de psiquiatria psicodinâmica do Ambulatório Clínico e de Pesquisa dos Transtornos da Personalidade da Unifesp, Antonio Carlos Cintra Correa.
Segundo a psicanalista e doutora em psicologia Rosa Mariotto, essa combinação de fatores leva a uma fragilidade do "eu", o que faz com que o indivíduo tenha dificuldades para delimitar fronteiras entre aquilo que é dele e aquilo que é do mundo externo, deixando-o bastante vulnerável e causando reações intensas e extremadas.
Primeiros sinais
É durante a adolescência que o diagnóstico de TPB é mais comum, porque é nesse período que os sinais do transtorno começam a ficar evidentes. "É quando o social exige do sujeito um posicionamento, escolhas, definições", diz Rosa.
Em geral, os indivíduos que sofrem de TPB chegam aos consultórios de psicólogos e psiquiatras devido aos chamados "transtornos mentais adjacentes", ou seja, outras condições como depressão (que pode ser acompanhada de pensamentos suicidas), bipolaridade, dependência química, pânico.
"Mas existe uma diferença entre o pânico comum e o pânico ligado ao borderline", diz o diretor do ambulatório integrado do Instituto de Psiquiatria da USP, Rodrigo Leite. Cabe ao profissional procurado saber fazer o diagnóstico diferencial e, a partir disso, orientar o tratamento.
Personalidade
Transtornos de personalidade são aqueles que dizem respeito ao modo como o indivíduo pensa e sente sobre si mesmo e que afeta de maneira significativa e adversa o funcionamento de diversos aspectos da vida deste indivíduo.