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Figurino de “Ligações Perigosas” retrata o poder feminino; entenda

Bruna Covacci
05/01/2016 11:06
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Produções que retratam épocas específicas geralmente despertam interesse pelo figurino. Esse também é o caso da minissérie “Ligações Perigosas”, que estreou na última segunda-feira (04), na RPC. Os anos 1920, década do jazz, da prosperidade e da liberdade foram animados do pelo charme das melindrosas. Na obra a figurinista veterana da Rede Globo Marília Carneiro afirma ter desconstruído a época e tomado algumas liberdades. “Por exemplo, a maquiagem está muito aproximada da gente, cabelos também, porque se você for muito fiel, vira uma caricatura”, pondera.
Isabel D’Ávila de Alencar personagem de Patrícia Pilar, é a rainha dos jogos da sedução. Uma viúva rica que encara com louvor a mulher de sua época: que já vota, trabalha fora, bebe e fuma em público, se diverte e se exercita como os homens. O exemplo delas eram atrizes famosas como as Gloria Swanson e Mary Pickford e a cantora e dançarina Josephine Baker. Livre dos espartilhos, usados até o final do século 19, a mulher começava a ter mais liberdade, podia mostrar as pernas e usar maquiagem. É o início do reinado do batom vermelho!
Foto tradicional da estilista Coco Chanel comparada à Isabel.
Foto tradicional da estilista Coco Chanel comparada à Isabel.
Os vestidos eram curtinhos e mostravam os braços e as costas. Quem reinou pela época foi a estilista Coco Chanel, com cortes retos, capas, blazer, cardigãs, colares compridos (principalmente os de pérola!), boinas e cabelos curtos. Marília Carneiro confessa que o figurino de Isabel é seu grande xodó: “Ela é o luxo, a beleza, a ostentação e, sobretudo, a vanguarda”. Vanguarda que, naqueles tempos, se personificava na figura de Coco Chanel: “Tudo que eu coloquei em Isabel, por mais louco que possa parecer, por mais absurdo, Chanel usava. Ela tem um certo excesso que a Chanel tinha também, era tudo muito: muito colar, muita pele, muita coisa, muita informação”.
Os cabelos de Isabel destoam do que se via naquela década. Em vez do corte curto e geométrico, Patrícia Pilar surge com cabelos um pouco mais longos e ondulados. “Quando Isabel está em público, o cabelo está sempre preso com um coque comportado, para passar a imagem de mulher recatada. Em casa, ela revela a sensualidade com os cabelos sempre soltos”, explica o cabeleireiro Vini Kilesse, da equipe de caracterização. Já os chapéus eram um acessório típico do período.