Segunda maior cidade do país, Hamburgo transpira prosperidade, mesmo em tempos bicudos de crise econômica. E não há como explorar a metrópole sem se dedicar horas, senão um dia inteiro ao gigantesco porto da cidade. E por vários motivos: além de ser o maior do país e o terceiro da Europa, ele teve papel fundamental na construção da identidade dos moradores dessa metrópole. Próximo ao centro, sua influência está em todos lugares, sobretudo no espírito dos hamburgueses, aberto ao mundo.
Como a cidade é relativamente grande e encontrar vagas para estacionar pode ser uma missão estressante, vale a dica de ter sempre à mão um bilhete de metrô válido por um dia – o U-Bahn atende toda a região dentro do perímetro urbano e os trens da S-Bahn leva às localidades na região metropolitana.
Mas o melhor mesmo é andar. Explorar a cidade a pé proporciona a sensação de caminhar por um museu a céu aberto. Comece pela Altstadt (Cidade Antiga). O ponto de partida pode ser o Rathausmarkt, antiga praça de mercado medieval onde está instalado o imenso e imponente prédio neorrenascentista da prefeitura de Hamburgo. Como o chamado Grande Incêndio de 1842, boa parte desse setor histórico foi reconstruído no século 19. Isso explica esse gênero arquitetônico mais recente, que divide espaço com o tradicional gótico de tijolos marrons escuros, predominante no norte da Alemanha.
Exemplo castiço dessa arquitetura peculiar tanto na região quanto em países da Escandinávia é a bela St. Petrikirche (Igreja de São Pedro), cuja imensa torre ponteaguda pode ser vista a grande distância. Mas também por conta do incêndio de 1842, ela teve de ser reconstruída.
Menos sorte ainda teve a igreja neogótica a São Nicolau (Nikolaikirche), igualmente situada na Cidade Velha e destruída por bombardeios das Forças Aliadas durante a Segunda Guerra Mundial. Dela restou apenas uma torre, que recebeu um elevador e permite ao visitante ter uma das mais belas vistas de toda a região.
Cartão-postal
Se o porto teve e continua a exercer importância fundamental na construção da identidade hamburguesa, o Alster – grande lago situado no coração da cidade – é seu cartão-postal por excelência. Nas suas margens, estão instaladas arcadas, com shopping centers, lojas de grife, cafés e restaurantes. Mas a construção que mais chama a atenção à beira do Alster é o grandioso hotel Kempinski Atlantic, luxuoso e refinado edifício neoclássico que neste ano completa 100 anos e já foi locação de vários filmes, entre eles 007 – O Amanhã Nunca Morre, com Pierce Brosnan no papel do espião James Bond. Lá ficavam hospedados os endinheirados que partiam (ou desembarcavam) nos transatlânticos rumo às Américas.
A poucas quadras do Kempinski, em direção ao centro velho, está o Kunsthalle (www.hamburger-kunsthalle.de), principal museu de arte de Hamburgo, cujo acervo monumental guarda desde arte medieval e o melhor da pintura romântica alemã do século 19 até obras de impressionistas, como Manet, e expressionistas, com destaque para o quadro Garotas do Pier, do mestre norueguês Edvard Munch, autor de O Grito.
Em dias de sol, uma excelente pedida é caminhar pelo Jungfernstieg, um bulevar superelegante que margeia o Alster, onde se pode saborear as cervejas e culinária locais – peixes e frutos do mar (e do rio) dividem espaço com as salsichas e linguiças populares em todo o país. Já a Colonnade, como é conhecida a rua de prédios em estilo italiano renascentista, concentra alguns dos melhores restaurantes dessa cidade apelidada de “Veneza do Norte”.
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Mito dos Beatles começou na boêmia St. Pauli
Depois de passeios idílicos e culturais, verdadeiras aulas informais de história, arte e arquitetura, uma opção radical para mudar o tom do passeio numa direção, digamos, mais mundana, é reservar algumas horas para conhecer, de preferência a pé e sem preconceitos, o bairro de St. Pauli (São Paulo), próximo ao porto de Hamburgo.
Também conhecido como Reeperbahn, nome da rua principal da região, St. Pauli é mundialmente conhecido pela alta concentração de bares, inferninhos, sex clubs e bordéis para todos os gostos. Mas turistas do mundo inteiro, sobretudo os amantes do rock-and-roll, fazem questão de incluir o bairro no seu roteiro por um motivo: foi nesse submundo esfumaçado e de reputação – mais precisamente no cultuado Club Grosse Freiheit (Grosse Freiheit 36) – que os Beatles iniciaram, no início dos anos 60, sua jornada rumo à eternidade.
“Broadway”
Já para quem ama as artes cênicas, Hamburgo sempre oferece uma programação intensa. Há desde o distrito de St. Georg, onde está instalado o Deutsches Schauspielhaus (Kirchenallee 39) e o Thalia Theater (Raboisen 67), tradicionais casas de espetáculos alemãs, até o ultramoderno Lion King Theater (Norderelbstrasse 6), construído especialmente para musicais. Como a maioria com peças apresentadas na cidade é no idioma alemão, uma boa opção para os turistas é a programação do English Theatre of Hamburg (Lerchenfeld 14).
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Essencial
O que você precisa saber para planejar sua viagem:
Como chegar
Pela TAP, voando Curitiba/Guarulhos/Lisboa/Hamburgo, a partir de US$ 1.100. Com a Air France, voando Curitiba/Guarulhos/Paris/Hamburgo, a partir de US$ 1.050. Tarifas referentes a dezembro e não incluem taxas.
Pacotes
Cinco noites em Hamburgo, com hospedagem no Hotel Central e voando (de Curitiba) com a Lufthansa. Inclui assistência viagem. A partir de US$1.162. Na MGM Operadora, (41) 2104-6400 ou www.mgmoperadora.com.br.
Quatro noites no A&O City Hauptbahnhof Hostel, voando TAP (saída de Curitiba). Saídas diárias e retorno até 16 de dezembro. A partir de US$ 1.268 por pessoa em apartamento duplo. Inclui seguro viagem. Na Orinter, (41) 3310-1640 ou www.orinter.com.br.
Quatro noites no A&O City Hauptbahnhof Hostel, voando TAP (saída de Curitiba). Saídas diárias e retorno até 16 de dezembro. A partir de US$ 1.268 por pessoa em apartamento duplo. Inclui seguro viagem. Na Orinter, (41) 3310-1640 ou www.orinter.com.br.
Onde ficar
Radisson SAS Hotel. Na Marseiller Straße, 2. Diária: a partir de 215 euros. Reservas: www.radissonblu.com/hotel-hamburg. Kempinski Hotel Atlantic Hamburg. Na An der Alster, 72. Diárias: a partir de 172 euros. Reservas: www.kempinski.atlantic.de. Ibis Hamburg Alster Centrum. Na Holzdamm, 4-12 + 16. Diárias: a partir de 65 euros. Reservas: www.accorhotels.com/gb/hotel-1395-ibis-hamburg-alster-centrum/index.shtml.
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