Com o sol da manhã no céu transbordante de azul, o catamarã navega tranquilamente ao longo do RioVaza-Barris em meio à paisagem natural dos mangues. Levado pelo leve balanço das águas, pelo calor e pelo vento no rosto, o visitante vai se deixando invadir por uma sensação fluida, agradável. À medida que o passeio prossegue, primeiro na parada no banco de areia chamado Croa do Goré, e depois na visita à Ilha dos Namorados, na foz do rio, aquela sensação gostosa se cristaliza em certeza: Aracaju, a capital do pequeno Estado de Sergipe, é uma agradável e acolhedora surpresa, pronta para ser apreciada em qualquer época do ano.
A pesca é uma das tradições mantidas pelos locais.
O Vaza-Barris, fora da área urbana, limita ao sul o município de 632 mil habitantes. O passeio de três horas pelo rio é bom começo para entrar no ritmo de uma viagem de descanso. Embalado pelo som do forró, o catamarã Croa do Goré parte do atracadouro na Orla do Pôr do Sol, em Mosqueiro, em dois horários: às 9 e às 13 horas.
Em 30 minutos de trajeto já estamos na Croa do Goré. Quando chegamos, o banco de areia estava levemente submerso, assim como as cadeiras, redes e pés das mesas, tornando ainda mais peculiar a atração. Para o turista, o melhor dos mundos: água limpa e agradável, sol do Nordeste, cerveja. Aquele pedaço de alegria ainda oferece atrativos menos preguiçosos como um passeio em standuppaddle. Mas não se acanhe se quiser apenas se banhar e relaxar.
Navegar pelo rio é bom começo para entrar no ritmo de uma viagem de descanso.
A próxima parada é chamada pela população de Ilha dos Namorados. Trata-se de um gigantesco banco de areia situado na desembocadura do rio e, diferentemente da Croa, tem uma longa extensão sempre acima da linha d’água. A vista é ainda mais reconfortante. Rio e mata de um lado, pássaros acima e, ao fundo, as ondas do mar agitado. Numa caminhada, vai-se descobrindo novos ângulos da paisagem, como a vista parcial da Praia do Mosqueiro. Quem, a essa altura, ainda lembra de trabalho, congestionamentos, contas a pagar?
Na volta, revitalizados pelo encontro com as águas, é hora de aproveitar as atrações da orla perto do atracadouro, entre as quais o passeio de stand up paddle ao pôr do sol é uma das preferidas de moradores e turistas. Estar sobre as águas enquanto as luzes do fim de tarde vão tingindo de laranja o céu e o rio, e a mata vai se escondendo no lusco-fusco é como fazer parte da pintura de um artista impressionista.
Pôr do sol na beira do rio, um dos cartões postais da região.
Um dos mais belos cartões-postais de Aracaju, a Orla do Pôr do Sol tem um calçadão de cerca de 600 metros de extensão à beira do Vaza-Barris. Aos sábados, recebe uma feira de artesanato e de comidas típicas, grupos musicais da região e o show de Valtinho do Acordeão tocando Luiz Gonzaga e até o Bolero de Ravel dentro de um bote ancorado perto da margem.
A praia de Atalaia, no Oeano Atlântico revoltoso, é o principal ponto turístico da área urbana, onde está o maior número de hotéis. A cidade tem outras atrações como o interativo Museu da Gente Sergipana, o complexo de mercados municipais, boa oferta de restaurantes e bares, em que peixes e caranguejo fazem a alegria do visitante. Aracaju funciona ainda como hub para bate-voltas: ao Câniondo Xingó, à cidade histórica de SãoCristóvão, primeira capital do Estado, e, em direção ao sul pelo litoral, mas já na Bahia, o mítico povoado de MangueSeco, cenário para a novela e o filme Tieta, baseados no livro de JorgeAmado.