Turismo

Entre peixes e a imensidão azul de Porto de Galinhas

Luciane Horcel
17/09/2009 03:04
As praias de Camboa, Muro Alto, Pontal de Cupe, Maracaípe, Pontal de Maracaípe, Ensea­­dinha, Serrambi e Toquinho fazem parte dos 187 km de praias do litoral pernambucano. A mais famosa, sem dúvida nenhuma, é a de Porto de Galinhas, localizada no município de Ipojuca, a 67 km de Recife. O balneário, um dos mais visitados do Nordeste, é uma ótima opção para quem quer visitar o estado, mas não está interessado no agito da capital pernambucana.
Essa também é a condição das praias vizinhas: sossegadas, interioranas e belíssimas. Para fazer um tour por todas elas, a dica é contratar os serviços de um motorista de buggy, que custa R$ 160 a diária. O caminho até Pontal de Cupe, por exemplo, é praticamente inteiro de chão batido e bem esburacado. A dica é se segurar bem e só sentar no banco superior do veículo depois que a trilha estiver mais estável, senão suas costas podem reclamar mais tarde.
De buggy é que se chega na região onde se formam as piscinas naturais de Porto de Galinhas. Na beira da praia, paga-se R$ 10 para pegar uma jangada e ir até os arrecifes de corais, que viram um refúgio para diversas espécies de peixes, que podem ser vistos a olho nú, nadando bem pertinho de quem está mergulhando nas piscinas. Para o momento ficar ainda mais especial, os jangadeiros dão aos turistas um punhado de ração para atrair a atenção dos cardumes esfomeados. Com a comidinha nas mãos, em poucos segundos é possível se ver rodeado de peixes da espécie sargento – a proximidade é tanta, que eles chegam a relar a barbatana na mão dos visitantes. O passeio às piscinas naturais deve ser feito pela manhã, das 7 às 12 horas, quando a maré ainda está baixa.
Berçário
Aliás, passear de manhã é a lei para quase todos os lugares que dependem da “mãe natureza” na região, como a visita ao berçário de cavalos-marinhos no pontal de Maracaípe, a 3 km de Porto de Galinhas. Lá, o ritual é o mesmo. Depois de chegar de buggy, embarca-se em uma jangada (R$ 10) para chegar até as piscinas. Depois disso, é hora de cruzar os dedos e torcer para que o seu jangadeiro encontre um cavalo-marinho camuflado no lodo dos manguezais. O animal, ameaçado de extinção, costuma desovar no encontro do mar com o rio Maracaípe e, portanto, é mais fácil encontrá-lo.
Quer dizer, fácil não é… O jangadeiro Paulo que o diga. Ele precisou mergulhar mais de quatro vezes para conseguir mostrar o bichinho ao vivo e em cores. “Aqui o negócio é difícil porque eles ficam camuflados. O pior é que se a gente acha rapidinho, o turista diz que a gente tá de onda e que deve deixar um cavalo-marinho amarradinho em um tronco e mostra sempre o mesmo. Se a gente demora, o povo chia e diz que a história de berçário de cavalo-marinho é mentira”, ri Paulo. O cavalo é colocado em um vidro transparente e passa de mão em mão para que todos possam ver e fotografar o momento.
Depois, o passeio de jangada continua, com explicações sobre os manguezais e sobre os caranguejos que forram o chão dos bancos de areias. O crustáceo de uma garra só, de cor amarela, domina a região. A impressão que se tem, logo que se desce da jangada, é que o chão está se mexendo, como um tapete vivo. Na verdade, os caranguejos é que entram e saem dos buraquinhos a todo instante.
A repórter viajou a convite do Nanai Beach Resort