Turismo
Maior dirigível do mundo ganha cabine para 48 passageiros
O Airlander 10 foi construído no Hangar 1, próximo a Londres, nas mesmas instalações em que foi produzido o primeiro dirigível do mundo, em 1918. Fotos e vídeo: divulgação. | © PA
Uma curiosa mistura de dirigível, helicóptero e avião, o Airlander 10 ganhou, no início deste mês, a tão esperada cabine com capacidade para até 48 passageiros. Além do apelo nostálgico, pois lembra os clássicos (e trágicos) dirigíveis do passado, o veículo chama a atenção pelas dimensões. O Airlander 10 realmente é gigantesco: tem 92 metros de comprimento, 18 a mais que os maiores “gigantes” da aviação comercial, o Airbus 380 e o Boeing 747-8.
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Com a instalação da cabine, em breve começam as 200 horas de testes com a aeronave em sua plena capacidade e, assim, iniciar a prospecção de empresas que tenham interesse em adquirir o veículo, inclusive, para viagens de turismo. O Airlander 10 foi montado em Cardington, um vilarejo a 70 km ao norte de Londres (Inglaterra), e até agora os testes de voo foram feitos apenas numa pequena cabine que recebia apenas os tripulantes (confira no vídeo a seguir).
Com capacidade para transportar também até 10 toneladas de carga, o veículo promete autonomia maior que a “concorrência” (leia-se aviões). Ele pode voar continuamente por até cinco dias a uma velocidade de 148 km/h e ser controlado por controle remoto. A aeronave conta com quatro motores movidos a diesel (que fazem funcionar as quatro hélices, duas traseiras e duas laterais, à frente) e uma estrutura inflada com gás hélio, o que resulta em um peso de 20 toneladas, menos de 10% de um Airbus 380, por exemplo.
A aeronave contra com quatro motores movidos a diesel, que fazem funcionar quatro hélices.
Baseado originalmente em um projeto militar americano, o Airlander 10 saiu do papel graças à empresa Hybrid Air Vehicles, que adaptou os planos para desenvolver o que chama de uma nova geração de aeronaves silenciosas, energeticamente eficientes e que não afetam o meio ambiente. Segundo a empresa, a aeronave é 70% mais “verde” que um avião, mas a grande vantagem é a versatilidade: o Airlander 10, além de decolar verticalmente, pode pousar da mesma maneira em uma série de superfícies, inclusive a água. Além disso, seus custos são uma fração em comparação com a concorrência: cerca de US$ 11 milhões.
Tabu
O Airlander conta com um charme especial. Ele foi construído no Hangar 1, em Cardington, nas mesmas instalações em que foi produzido o primeiro dirigível do mundo, em 1918. Agora, a Hybrid Air Vehicles quer fabricar até 2021, pelo menos 10 unidades por ano. O pequeno volume de produção se deve a um verdadeiro tabu existente por conta da tragédia, em 1937, que levou a aposentadoria de todos os dirigíveis. Naquele ano, o mais famoso dirigível da época, o Hindenburg, incendiou-se enquanto aterrissava em Nova Jersey (EUA), matando 35 pessoas. O Airlander, porém, é inflado com hélio, um gás não inflamável, ao contrário do hidrogênio, que era usado por dirigíveis como o Hindenburg.
