Turismo

O charme e o caos do Rio

Anna Paula Franco
20/09/2012 03:04
O dia de sol no Rio de Janeiro é quase uma covardia. Fica difícil resistir ao mar e à praia, onde moradores e turistas disputam cadeiras e guarda-sóis nas barracas de bebida e petiscos. Depois de escolher o fornecedor de assento, sombra e cerveja, o banhista define onde vai ficar instalado o dia todo para curtir banhos de mar, bronzear-se e consumir. E muito.
Vender na praia não é fácil. Sol, sal, areia e mercadoria pesada exigem muito gogó para trabalhar na orla. No Rio, vendedores de chá foram declarados patrimônio cultural e imaterial em março deste ano. O título, porém, não torna a atividade mais leve. É preciso transitar de um lado ao outro com dois galões de alumínio pesados e gelados, desviando de cangas e pernas esticadas ao sol. Não falta criatividade para entoar os gritos de guerra, completando a caricatura de mais um personagem tipíco do estilo de vida carioca. Tanto que a prefeitura teve de recuar depois de proibir a venda de mate na praia, em 2009, por questões sanitárias. A população chiou, e eles voltaram.
Turistas
Para os frequentadores, a presença maciça dos vendedores não chega a ser um transtorno. Em alguns momentos, eles são muito necessários: praia dá fome e sol, sede. Chá gelado e biscoito Globo na beira do mar são de lei. A onda agora também são os salgados árabes. São mais de dez marcas diferentes, só no posto 9. Os vendedores, metidos em túnicas e lenços estillizados, mantêm o carro carregado nas imediações para reabastecer os isopores que desfilam na areia. Mas a abordagem não é agressiva, como em outros conhecidos destinos turísticos de praia e sol. O vendedor oferece sem insistência. Um “não, obrigado” cordial resolve o assunto. O difícil é resistir às guloseimas e bugigangas.

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