De acordo com o censo de 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 24,5 milhões de brasileiros têm alguma deficiência. Em Curitiba e RMC são 200 mil. E essas pessoas, como quaisquer outras, gostam, querem e têm o direito de viajar e de fazer turismo. Mas nem sempre elas encontram ambientes acessíveis, inclusive para se hospedar. “Se hoje eu for fazer um evento em Curitiba com a participação de dez pessoas que utilizem cadeiras de rodas, não vou ter lugar para instalá-las”, diz o arquiteto Ricardo Tempel Mequita, perito judicial para assuntos de Acessibilidade.
O jornalista Alberto Nogueira, presidente do Centro de Vida Independente (CVI) de Curitiba, instituição que defende os interesses das pessoas com deficiência, acredita que 70% dos hotéis de Curitiba são inacessíveis e os outros 30% estão se adaptando. “Mesmo assim, sem a orientação adequada”, avalia.
Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Paraná (ABIH-PR), Cláudio José Antunes, a questão da acessibilidade entrou em destaque nos últimos anos e, com isso, a hotelaria vem dando uma atenção cada vez maior aos hóspedes com deficiência. “A nossa recomendação é que os hotéis associados à ABIH-PR tenham pelo menos 5% de seus apartamentos adaptados para pessoas com deficiência”, garante Antunes. Um Projeto de Lei – 640/03 – em trâmite no Congresso Nacional visa tornar obrigatória a disponibilização de 10% dos apartamentos e sanitários dos hotéis acessíveis.
A consultora de processos de inclusão das pessoas com deficiência, Heloísa Helena Ferrari Chagas, diz que, mesmo com problemas, os equipamentos turísticos – incluindo os hotéis – de Curitiba são dos mais acessíveis do país. “Às vezes se faz um banheiro adaptado imenso, mas a cadeira de rodas não passa pela porta. Ainda assim, a facilidade em Curitiba é grande se comparada a outros lugares”, conta.
Exemplos
O hotel Crowne Plaza tem dois de seus 88 apartamentos adaptados às pessoas com deficiência. Isso significa que 2,27% dos quartos são acessíveis. “Esses dois quartos são muito disputados. Até o Herbert Viana [vocalista da banda Paralamas do Sucesso, paraplégico] tem ficado aqui quando vem a Curitiba”, diz o gerente-geral do hotel, Danilo Ribeiro. A área social do hotel tem banheiros adaptados. A diária para duas pessoas custa R$ 200.
O hotel Formule 1 também tem dois quartos adaptados – em um total de 263 apartamentos (0,76%). “Considerando o preço da diária [R$ 55 para até três pessoas], os quartos adaptados são muito bons”, diz a advogada cadeirante Maria Filomena Cardoso, de Cascavel, que ficou hospedada recentemente no hotel.
Serviço – Crowne Plaza: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 600. Fone (41) 3259-5500; Formule 1: Rua Mariano Torres, 927. Fone (41) 3218-3838.
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