Na capital Willenstad, tombada pela Unesco como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, o charme da arquitetura colonial colorida. Foto: Tilo Grellmann/Fotolia
Há diferentes versões sobre a origem do nome daquela que é a maior ilha das antigas Antilhas Holandesas. Uns dizem que vem do espanhol “corazón” ou do português “coração”. Outros, que é uma referência ao fato de que era para lá que, durante muitos anos, eram levados negros doentes para serem curados por médicos e depois vendidos no infame mercado de escravos das Américas, um lugar de “cura” ou “curación”. E alguns, mais engraçadinhos, apostam que a alcunha nasceu em um episódio em que índios nativos da ilha devoraram um padre que estava passando dos limites em suas pregações – em espanhol, padre ou sacerdote pode ser chamado de cura, daí “cura asado”.
Independentemente da veracidade dessas hipóteses, uma coisa é certa sobre Curaçao: trata-se de um lugar com história. E que faz questão de se vender como um destino turístico que é mais do que um rostinho bonito do Caribe. Quem vai à ilha encontra uma realidade além do circuito praias, baladas e cassinos. Não que isso não bastasse, mas há muito o que conhecer por lá além de enseadas paradisíacas.
No leste da ilha, a Kenepa Beach: paraíso de água transparente e quente protegido contra a construção de grandes empreendimentos.
História Entre as atrações, é obrigatória a visita a dois distritos de Willenstad, a capital da ilha, tombados pela Unesco como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade: Punda e Otrobanda, ligados pela ponte Rainha Emma, que se abre para os lados a cada passagem de embarcação.
Ali, é possível conhecer o mercado flutuante, uma espécie de camelódromo de barquinhos, onde venezuelanos que navegaram de oito a 12 horas desde seu país vendem frutas, verduras e legumes, cultivados em pequeníssima escala em Curaçao devido à pouca chuva – são apenas 42 mm anuais. Também vale a pena ir ao Mercado Viejo saborear comida típica da ilha e conhecer uma das mais antigas sinagogas das Américas, a Mikvé Israël-Emanuel.
Não bastasse tanta coisa interessante para fazer e conhecer, Curaçao, por acaso, fica no Caribe. Logo, tem praias espetaculares, como Kenepa Grande e Kenepa Pequena, na porção leste da ilha, paraísos de água transparente e quente protegidos contra a construção de grandes empreendimentos. Uma boa dica é alugar um carro e percorrer as mais de 30 enseadas, o que é possível fazer em dois dias, com bastante calma.
E, como você leu acima, o idioma falado pelos nativos é uma atração à parte. Para fazer bonito e ganhar o coração dos simpáticos moradores, é só arriscar um “danki, dushi” (obrigado, querido). Aliás, “dushi” vale para tudo: é lindo, bonito, delicioso. Enfim, tudo de bom!
A paradisíaca Klein Curaçao
Um passeio imperdível é passar o dia em Klein Curaçao (Curaçao pequena). Trata-se de uma pequeníssima ilha a cerca de uma hora e meia de catamarã, deserta e paradisíaca. A embarcação sai no início da manhã e, ao chegar lá , são distribuídos pés de pato e snorkels, e é possível mergulhar em busca de tartarugas marinhas. Além disso, é bacana fazer uma caminhada até um farol abandonado e a um navio encalhado. O passeio inclui almoço e bar liberado.
Golfinhos no Sea Aquarium
Outro programa obrigatório para quem visita o destino no Caribe é conhecer o Sea Aquarium, onde é possível nadar com golfinhos. Depois de breves explicações e orientações, os instrutores comandam a festa dos bichos, com direito a beijo nos turistas e muitas brincadeiras.
Laranja azeda virou famoso licor
Outro passeio interessante é visitar a fábrica do licor Curaçao. É possível degustar e comprar a bebida, além de conhecer a sua origem. Consta que, pouco depois do descobrimento da ilha caribenha, em 1499, uma das variedades de plantas que os espanhóis levaram ao local era a da laranja de Valência. Entretanto, o clima árido fez com que as árvores não dessem bons frutos para comer. Décadas depois, alguém descobriu que a casca seca da laranjinha azeda tinha um cheiro espetacular. Daí até transformar em licor foi um pulo – a bebida originalmente não tem cor, mas é vendida em quatro cores, entre eles, um tom de azul que acabou ganhando o sobrenome “curaçao blue”.
A super ponte que foi levada em “pedacinhos”
A imponente ponte Rainha Juliana (na foto abaixo, a outra ponte, a Rainha Emma), erguida nas proximidades das refinarias de petróleo para que os grandes cargueiros pudessem atracar, foi construída na Holanda e levada a Curaçao em 50 pedaços. Trata-se de uma estrutura de 52 metros de altura e 30 mil toneladas, que levou 12 anos até ser concluída, em 1972. E não foi finalizada sem uma tragédia: enquanto era instalada, conta que os construtores teriam usado água do mar para poupar dinheiro, enfraquecendo a estrutura, que acabou desabando. Quinze pessoas morreram.
Pacotes
Opções para quem quiser viajar para o destino no Caribe:
Pela MGM, aéreo Curitiba/Aruba/Curacao/Curitiba, traslado, quatro noites em apartamento duplo no The Mill Resort em Aruba e três noites no Renaissance Curaçao, com café da manhã e seguro viagem. Por pessoa: R$ 1.660 (entrada) e 9 parcelas de R$ 430, com saída até novembro (exceto férias e feriados).
A Visual Turismo tem pacote para abril a junho em Curaçao (exceto férias e feriados) com aéreo de São Paulo, traslados, seis noites no Veneto de Holiday Beach Resort em apartamento duplo, com café da manhã e seguro viagem. A partir de US$ 1.285 por pessoa.