Turismo

Um lugar para dois

Anna Paula Franco
30/08/2012 03:04
Eles parecem ser invisíveis. Um verdadeiro batalhão de funcionários – de 80 a 120, dependendo da época do ano – circula pelos 80 mil m2 do terreno acidentado do Ponta dos Ganchos Resort, em Governador Celso Ramos, litoral de Santa Catarina. Localizado entre duas pequenas baías em vilarejos de pescadores, com 25 bangalôs de luxo, o lugar é indicado para inesquecíveis momentos a dois. Tudo é preparado para dar aos casais o máximo de privacidade e exclusividade. Mas o isolamento não significa abandono. O paparico está em todos os detalhes.
O cumprimento cordial, sempre acompanhado de um sorriso, esconde o frenesi que se dá a cada movimentação dos hóspedes. Todas as suítes são de frente para o mar e estão espalhadas pelo resort, em um emaranhado de subidas e descidas, algumas vencidas com muito esforço pelos carrinhos elétricos. Nem por isso a equipe de funcionários não sabe onde cada um dos clientes está, e é isso que garante um serviço primoroso. “Nosso segredo é a comunicação. Quando o casal chega para o café, a governança é avisada. E isso ocorre em todos os lugares do hotel”, explica o gerente-geral, Miguel Garcia.
O monitoramento é o ponto de partida de uma movimentação que parece ser feita por túneis subterrâneos. Na verdade, é organização pura. Nada de estações de limpeza circulando nos acessos, com pilhas de toalhas e lençóis usados. Tudo é feito discretamente, como o ambiente exige. A cada retorno ao quarto, o casal é surpreendido com novos elementos, seja na limpeza ou na decoração. E tudo desafiando o relógio: no Ponta dos Ganchos as refeições só têm hora para começar. Significa que a operação abre-leito das camareiras – ambientação com velas, ar condicionado na temperatura certa, cortinas fechadas, chocolate, água, chinelos e controles dos eletrônicos na beira da cama –, pode ser feita a qualquer momento, até 1h30 da manhã, horário previsto para encerramento do restaurante.
E se a última refeição foi mais tarde, nada de acordar cedo para o café da manhã. O serviço começa às 7h30, em sistema de menu degustação, com preparações delicadas, como os nomes dos hóspedes desenhados na espuma de leite na xícara de capuccino. A sequência de delícias vai da entrada à sobremesa e pode ser saboreada a qualquer hora do dia. O modelo se repete no restaurante, à beira da praia. O menu muda diariamente e também pode ser consumido no horário mais adequado ao hóspede.
A liberdade de horários e a eficiência da equipe já seriam razões suficientes para desfrutar do resort. De quebra, ainda tem um cenário encantador do alto do morro e a sofisticação das instalações. A arquitetura orgânica mimetiza os sofisticados bangalôs na paisagem, composta por ilhotas de pedra banhadas pelo mar verde-esmeralda. Na maior delas, acessada por um píer, há infraestrutura para passar o dia no ócio e ainda receber o casal para um jantar íntimo e exclusivo.
Percorrer as trilhas dentro da propriedade ajuda a descobrir novos ângulos do mesmo lugar. Para quem não pretende deixar o conforto do quarto, a vista das sacadas inclui os barcos de pescadores e o cultivo de mariscos e ostras. As acomodações são divididas em sete categorias, e todas têm itens de luxo e sofisticação, como lençóis de algodão egípcio e cafeteira expresso. Nas mais elaboradas, que podem ter até 300 m2, há piscina particular com borda infinita e banheiro-spa, com sauna e hidromassagem. As diárias não cobrem o consumo de bebida alcoólica e os passeios oferecidos pelo resort.
A jornalista viajou a convite do Ponta dos Ganchos Resort.

Cenário de Ponta dos Ganchos