A Baía Formosa é uma vila de pescadores a 95 quilômetros da capital. Em uma hora e meia de ônibus, chega-se ao recanto de golfinhos e peixes-boi, onde as praias têm extensa faixa de areia, mar com diversos tons de azul e verde e alguns tesouros nos arredores.
Na chegada, a vista do alto das falésias justifica o nome do lugar. As casas dos pescadores contornam a orla verde-azulada lá embaixo. Um dos acessos é pelas instalações da pousada Chalemar, que coloca a infraestrutura de restaurante e área de piscina à disposição de hóspedes e visitantes. A dica aqui é pedir o almoço antes de fazer o passeio, o que reduz drasticamente a espera pela comida, no retorno, depois de 4 horas de diversão.
Para conhecer os 26 quilômetros de praias quase desertas, é preciso alugar um buggy. O preço é tabelado: R$ 440 para quatro pessoas.
Devidamente embarcados, nada de manobras radicais em dunas de areia, como ocorre em Genipabu. A emoção aqui é apreciar a paisagem, quase sempre deserta. A grande faixa de areia entre a espuma das ondas e a vegetação revela o único sinal de civilização nas redondezas, o rastro dos buggys. Nas praias rústicas, há algumas curiosidades no caminho, como a barraca do cemitério das tartarugas, onde ativistas promovem educação ambiental. Mais adiante, perto do Rio Sagi, em um vilarejo de pescadores, duas cachaçarias disputam a preferência do turista. Hora de um refresco e parada estratégica para o banheiro.
A viagem segue até o Rio Cunhaú, na divisa do Rio Grande do Norte com a Paraíba. Águas rasas e cristalinas separam os dois estados, e a travessia é quase obrigatória. A praia do “lado de lá” tem curiosas formações rochosas na areia, e a lama do rio esconde milhares de minicaranguejos, os chama-maré. No mesmo ponto, é possível pegar um barco (R$ 10 por pessoa) para tomar um banho de lama do mangue, com promessas de rejuvenescimento. Garantido mesmo, só o cheiro forte do barro.
No retorno, o bugueiro deixa um pouco a beira-mar vincada na areia, para entrar na Mata da Estrela, uma reserva natural particular de Mata Atlântica. Ali está a Lagoa Araraquara, chamada pelos locais de lagoa da Coca-Cola, por causa das águas escuras, resultado da decomposição da vegetação local. O contraste da areia branquinha e a água preta compõe um cenário encantador para o banho refrescante.
No retorno à pousada, com o almoço quase pronto, fique atento ao horizonte. O lugar é passagem de golfinhos e não é difícil avistá-los enquanto vem a próxima cerveja. Antes de ir embora, vale a pena uma caminhada na faixa da praia ao lado da vila, onde surfistas cheios de coragem e ousadia dão um show de manobras no fim da tarde.
Essencial
O que você precisa saber para planejar a sua viagem.
Como chegar
A passagem de Curitiba para Natal sai a partir de R$ 619 cada trecho, pela TAM.
Onde ficar
Natal é o centro turístico da região, com a melhor infraestrutura de hotéis e restaurantes. Na área urbana, a região de Ponta Negra é tem a maior concentração de serviços para turistas. O lugar também é bem atentido por empresas de receptivo, que oferecem passeios e deslocamentos pelas praias do litoral norte e sul.
Deslocamentos
Em média, as empresas de receptivo cobram a partir de R$ 35 por pessoa para deslocamento até as praias mais próximas. O valor inclui o ônibus e o guia, ida e volta. Apesar do clima de excursão, é uma boa forma de aproveitar os lugares sem se preocupar com a direção ou orientação nas estradas locais. Também é possível alugar um buggy (com motorista), a partir de R$ 400 para quatro pessoas, para ir até algumas praias. Outra opção é alugar um táxi. Os valores mudam conforme o destino, variam de R$ 150 a R$ 200 por pessoa. Os serviços podem ser indicados pelos recepcionistas do hotel ou pousada.
Onde comer
Em Baía Formosa, a pousada Chalemar tem diversas opções de pratos à base de camarão. Experimente o da casa, com purê de abóbora, camarões puxados na manteiga de garrafa e queijo coalho (R$ 63 para duas pessoas). Em Natal, não faltam opções como os conhecidos Camarões, Tábua de Carne e Farofa d’Água, no circuito turístico de Ponta Negra. Dica pra fugir do agito e do cardápio batido: La Gondola, na beira-mar de Ponta Negra. O risoto de carne com melão rosado é surpreendente, e sai por R$ 44 em porção bem servida para duas pessoas.