Turismo
As ruas lembram um pouco um labirinto, com surpresas a cada esquina ou escadaria. As buganvílias adicionam, sutilmente, cor ao cenário de cinema, onde o azul e branco predominam e as pesadas portas em madeira com ornamentos são quase institucionais.
Sidi Bou Saïd é uma pequena e charmosa cidade a 20 quilômetros de Túnis, a capital tunisiana, às margens do Mediterrâneo. Já foi lugar sagrado, com entrada proibida para não-muçulmanos até a década de 1820. Anos depois, a bela vista para o litoral despertou a atenção de expatriados coloniais, que buscavam tranquilidade e ali construíram vilas. A parte alta de Sidi Bou Saïd também já serviu de inspiração para diversos artistas.
Paul Klee esteve na Tunísia no início do século 20 e a luz do Norte da África foi decisiva para despertar o senso de cor no pintor alemão. Companheiro da mesma viagem, o também alemão August Macke, expressionista, pintou motivos do cotidiano do país magrebino – assim como Klee – e imortalizou o centro da pitoresca Sidi Bou Saïd na colorida tela Blick auf eine Moschee.
O quadro é uma representação da mesquita local e do tradicional Café des Nattes. Cerca de 100 anos depois, Sidi Bou Saïd tornou-se destino famoso e o café é um daqueles lugares que quase viraram folclore. Passar pelo des Nattes é uma obrigação do visitante.
Andar pelo vilarejo e se deparar com o Mediterrâneo em diversos ângulos chega a tirar o fôlego dos mais desavisados. Caminhadas no início da manhã e no fim da tarde garantem a mesma luz que impressionou os artistas, com menor movimento de turistas.
Outra visita indispensável é ao Centro de Músicas Árabes e Mediterrâneas, instalado no palácio Ennejma Ezzahra, antiga residência construída pelo Barão Rodolphe d’Erlanger, entre 1912 e 1922. Hoje é um museu com belos jardins e centro cultural.
Colunistas
Agenda
Animal