O encantamento do imperador Dom Pedro I pelo clima da região onde hoje está localizada Petrópolis, a 65 km do Rio de Janeiro, foi o pontapé inicial para a fundação da primeira cidade planejada do Brasil, no início do século 17. A cidade também é o berço de uma das primeiras cervejarias do país, a Bohemia. O colono alemão Henrique Kremer foi quem começou a produção, em 1853. Hoje, no mesmo lugar, funciona a fábrica das versões especiais da marca – Escura, Weiss e Confraria – e também é onde são feitas as edições limitadas que a empresa pretende lançar anualmente.
Uma das principais atrações da cervejaria histórica, que teve a fachada original revitalizada há um ano, é o Centro de Experiência Cervejeira Bohemia, inaugurado há pouco mais de três meses. Inspirado nos maiores museus do gênero do mundo, como o da Heineken, em Amsterdã, o lugar conta desde a história da criação da bebida, há oito mil anos, até chegar à produção atual.
Mais do que uma visita à linha de produção de uma fábrica, o Centro de Experiência reúne dados dignos de um pesquisador acadêmico. Tanto que foi base para o trabalho de um historiador da República Tcheca que está produzindo uma tese de doutorado sobre o tema. “Durante a visita, ele comentou que tínhamos aqui informações que ele ainda não tinha conseguido”, explica Arno Krug Júnior, gerente da unidade em Petrópolis.
Para levantar o acervo, a empresa contratou historiadores do Museu da Pessoa, em São Paulo. Todas as referências dos registros das cervejarias artesanais encontradas no país foram confirmadas pela equipe de pesquisa, com visitas às famílias produtoras. Também há conteúdo sobre a produção mundial da bebida. E tudo disposto com recursos tecnológicos de última geração, com telas sensíveis ao toque e muita interatividade.
Sem pressa para percorrer os 8.500 m2 e mais de 20 ambientes com todos os detalhes da fabricação da cerveja, o visitante ainda tem à disposição os discípulos do mestre cervejeiros, equipe de guias que monitora e orienta a visita, que pode durar até três horas.
Há curiosidades e detalhes em todos os ambientes, mas três são especialmente encantadores. A sala da Alquimia, com as tinas de cobre usadas entre 1853 e 1997, a degustação das versões especiais da família Bohemia e prova do chope Bohemia. Antes de ser engarrafada e passar pela pasteurização, a bebida é aprovada pelos visitantes. É o único lugar do Brasil onde é possível degustar essa Bohemia.
A jornalista viajou a convite da AmBev.
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