Voo panorâmico de helicóptero: 6 minutos para se apaixonar por Curitiba
Vivian Faria, especial para a Gazeta do Povo
07/09/2017 15:00
Seis minutos serão insuficientes para descrever nesse texto. Mas, dentro de um helicóptero, é tempo o bastante para “visitar” cerca de dez pontos importantes de Curitiba e aprender a olhar para a cidade de uma forma diferente. Seis minutos é o tempo de duração do voo panorâmico de helicóptero oferecido pela Yapó Táxi Aéreo a partir do heliponto do Parque Barigui, passeio que a reportagem do Viver Bem fez na última sexta-feira (01).
Decolamos – o piloto Paulo Brites, a fotógrafa Letícia Akemi, o motorista Altair Martins e eu – pouco antes das 15 horas. Entre acompanhar as ações do piloto para a decolagem, ver o chão se afastando, observar os muitos controles do painel, fazer anotações e abrir o Instagram para fazer os stories prometidos para a editora, o momento da decolagem foi confuso.
Mas, de repente, vi o lago do Parque Barigui por inteiro, em seguida toda a área verde que cerca o parque, e comecei a entender a graça daquela brincadeira.
Parque Barigui. Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo.
A primeira parte do voo panorâmico passa pelos parques Barigui, Tingui e Tanguá, que estão nas regiões Nordeste/Norte da cidade. Para quem não conhece a cidade ou se perde um pouco com a nova perspectiva, Brites vai narrando o caminho todo. Além da possibilidade de ver os parques por inteiro e em um ângulo completamente diferente do habitual – a vista aérea do Parque Tanguá é apaixonante!, é interessante observar todo o verde preservado naquela parte da cidade e a predominância das casas em toda a região.
Em segundos, chegamos à Pedreira Paulo Leminski e à Ópera de Arame, vendo mais de longe o Parque São Lourenço. A vista da Ópera lembra um daqueles cartões postais da cidade e a Pedreira chama a atenção pela clareira que forma em meio às árvores. Ali, por causa do relevo, tive a impressão de que, se voássemos alguns poucos metros abaixo, seria possível interagir com os moradores das casas e pedestres, como às vezes acontece no ônibus da linha Turismo.
Ópera de Arame. Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo.
Dali o trajeto segue para o Museu Oscar Niemeyer e a paisagem muda: entramos no meio da cidade e o concreto começa a dominar. É impossível não admirar o “Olho” – ou a bailarina de Niemeyer, mas é interessante também observar a região onde estão concentrados “os poderes” da cidade: prefeitura, Palácio Iguaçu, Assembleia Legislativa e o Tribunal de Justiça do Paraná.
Minha casa!
Do Centro Cívico vai-se para o Centro. Na caminho, sobrevoamos a região da Cândido de Abreu e do Shopping Mueller e, de longe, consegui ver a janela do meu apartamento, que fica no bairro São Francisco. “Minha caaaasa”, pensei, sorrindo e até levemente emocionada. Jamais pensei que veria a janela do meu quarto lá de cima.
Do alto, o centro da cidade parece uma grande maquete com pequenos bonecos caminhando para cima e para baixo, principalmente a parte exclusiva para pedestres da Rua XV de Novembro. As praças Santos Andrade e Tiradentes e o Passeio Público são como oásis em meio à selva de pedras, e o Teatro Guaíra se mantém imponente, mesmo à distância. Para os curitibanos que sempre tiveram a mesma curiosidade que eu, vale prestar atenção em toda a estrutura do Colégio Estadual do Paraná.
Teatro Guaíra e Praça Santos Andrade. Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo.
O passeio começa a chegar ao fim quando o helicóptero se aproxima da Rodoferroviária e do estádio do Paraná Clube, o Durival de Britto e Silva/Vila Capanema. Aliás, para os amantes de futebol, vale dizer que é possível ver os estádios dos três grandes times de futebol da capital. Os atleticanos que me perdoem, mas, lá de cima, a Arena fechada não chama tanto a atenção quanto os outros estádios do Coritiba e do Paraná.
Voltando à Rodoferroviária… Dali é possível avistar as estufas do Jardim Botânico, mas de longe! Em dias de sol, vê-se também a Serra do Mar, mas não tivemos essa sorte.
Arena da Baixada, no Água Verde. Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo.
Nos últimos minutos (seriam segundos?), chegamos perto da Arena da Baixada, passando antes sobre o novíssimo templo da Igreja Universal, no Rebouças, onde há um heliponto. No retorno ao Parque Barigui, uma última “parada” sobre a Rua Padre Anchieta para mostrar um pouco do planejamento urbano da cidade. De cima, é possível ver as canaletas do expresso “isoladas” por paredões de prédios e separando a região mais central da cidade, com prédios e muito concreto, de uma área mais periférica e verde, com casas e construções mais baixas.
Antes de finalizar, uma confissão: nem sempre me dou bem com meios de transporte (ia dizer aéreos, mas lembrei que ônibus, trens e navios também têm grande potencial para me deixar enjoada). Isso significa que andar de helicóptero foi tão entusiasmante quanto foi desafiador. E, claro, que fiquei enjoada durante o passeio. Contrariando qualquer expectativa escatológica, contudo, o enjoo ficou sob controle e não me impediu de aproveitar o passeio e a nova perspectiva, além de – piegas, eu sei – me apaixonar mais por Curitiba. Mas fica o alerta para quem, como eu, sofre com enjoos de movimento e afins.
Parque Tanguá. Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo.
Serviço Voo panorâmico de helicóptero para até 4 pessoas Sábados, domingos e feriados (outros dias mediante agendamento) das 10h até o por do sol. Preço: R$ 120 por pessoa Informações: 3335-0366