Cantora paranaense é indicada ao Independent Music Awards (IMAs), em Nova York
Carolina Werneck
15/04/2018 08:00
Guarapuavana foi indicada ao IMAs 2018. Foto: Divulgação
Natural de Guarapuava e criada criada nos Centros de Tradição Gaúcha (CTG) da cidade, a cantora Jô Nunes, foi indicada ao Independent Music Awards (IMAs) realizado no começo de abril em Nova York. Ela não ganhou o prêmio, mas considera a indicação um grande reconhecimento ao seu trabalho.
“Eu faço música porque acredito na força da arte como expressão. Acredito que a gente precisa manter a memória da música brasileira ativa sempre. E como é difícil fazer música brasileira. É uma linguagem muito específica, porque a gente é uma mistura de tudo. É muito difícil imitar o que a gente faz. ”
E o motivo para o desembarque do seu trabalho nos Estados Unidos não poderia confirmar mais a avaliação da cantora. Ela foi indicada ao IMAs na categoria vídeo de longa duração pelo DVD “Meu Canto Brasileiro Ao Vivo”. O material foi gravado em três dias no estúdio de Helinho Brandão, em Curitiba. A cantora interpreta músicas de Tom Jobim, Djavan, Rosa Passos, Dorival Caymmi, Noel Rosa, entre outros.
Música de berço
Se a música tradicional gaúcha embalou a infância da cantora, o mesmo fizeram as experiências com canto coral na escola e na igreja. Mas a ligação com a melodia já existia mesmo antes disso. “Meus pais cantavam em casa, meus primos, meus avós também tinham uma vivência com a música. Principalmente meu avô materno, minha avó materna também. Então é uma herança de família.”
Quando chegou a Curitiba, há 18 anos, ela já trazia uma grande bagagem musical. Bagagem que só aumentou durante os anos em que cursou musicoterapia na Faculdade de Artes do Paraná (FAP). Foi ali que o amplo universo musical brasileiro realmente se abriu para ela. “Minhas referências são muitas. A música brasileira é um compilado de linguagens, de diferentes coisas. É muito lindo começar a pesquisar porque é uma aquarela muito linda.”
Meu Canto Brasileiro
O celebrado DVD Meu Canto Brasileiro começou a ser idealizado quando ela estava morando na Irlanda, de onde voltou há dois anos. “Eu quis fazer um trabalho que contemplasse todas as frentes que eu estava desenvolvendo naquele momento”, conta. Para isso, selecionou a dedo uma equipe de profissionais especialistas em música, som, iluminação, vídeo e outras áreas. Convidou músicos experientes e teve inclusive plateia para as gravações ao vivo.
“Além dos compositores mais antigos também fiz questão de manter compositores contemporâneos que me agradam muito e são amigos, inclusive. Coloquei ainda algumas composições minhas em parceria com alguns amigos. Fiz esse compilado entre interpretar coisas com cara de releitura, cantar compositores mais novos e cantar minhas composições.” A mistura parece ter agradado.
Sobre o reconhecimento do trabalho, a cantora diz entender que o caminho para uma carreira internacional ainda está longe de ser sólido. “Essa indicação é muito bacana, me abre muitas portas. Foi muito legal, mas dizer que eu tenho uma carreira internacional ainda não, né? Tem que batalhar muito para chegar lá. Acho que isso é um começo para abrir portas, conhecer pessoas, fazer contatos, ver que nada é impossível.”
Agenda paranaense
Todo o sucesso do DVD será coroado com uma turnê que está passando por nove cidades do interior do Paraná. Depois de cantar em Francisco Beltrão, no último dia 11, e em Pato Branco, no dia 12, Jô Nunes se apresenta no próximo dia 18 em Castro. De lá, vai para Irati (19/04), Guarapuava (20/04), Paranavaí (03/05), Campo Mourão (04/05), Santo Antônio da Platina (05/05) e Rolândia (06/05). A turnê se encerra no Teatro Paiol, em Curitiba, nos dias 18 e 19 de maio. Os ingressos para vê-la na capital custam R$ 10.