Comportamento

Desejos de ano novo: o que as pessoas estão pedindo para 2019?

Marina Mori
29/12/2018 14:56
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Foto: Ian Schneider / Unsplash

O Viver Bem conversou com pessoas de várias idades e profissões para saber quais são os principais desejos dos brasileiros para 2019:

Otimismo

2018 foi um ano de incertezas para o casal de administradores Karine Patrícia Webber, 35, e Omar José Baptista Júnior, 37. Para o próximo ano, os paranaenses esperam estabilidade.
“Isso reflete na vida pessoal, até porque a gente tem projetos e sonhos e de uma certa forma atrasa. Foi um ano que a gente teve que segurar em relação à organização orçamentária. Em vez de fazer uma viagem mais longa, de 15 dias, encurtamos para sete e tivemos que escolher um país com uma moeda mais acessível – Argentina.
A palavra para ano que vem é otimismo. Esperamos que 2019 seja muito melhor tanto na parte pessoal quanto na profissional.”
Estabilidade é a palavra de desejo para o Ano Novo, segundo o casal Karine Webber e Omar Baptista Júnior. Foto: Marina Mori / Gazeta do Povo
Estabilidade é a palavra de desejo para o Ano Novo, segundo o casal Karine Webber e Omar Baptista Júnior. Foto: Marina Mori / Gazeta do Povo

Esperança

O comerciante português Carlos Manoel Rodrigues Beja, 88, acredita em um ano melhor.
“Cheguei ao Brasil com 22 anos e cheio de sonhos. Morei por cinco anos em São Paulo – meu primeiro emprego foi na fábrica de bicicletas Monark e, desde então, me mudei para Curitiba. O Brasil é um bom país. Um escritor português veio há muitos anos para cá. Quando foi entrevistado no aeroporto de Lisboa, alguns meses depois, perguntaram o que ele tinha achado daqui. Ele disse ‘olha, é um grande país, tem um grande povo. Os homens que mandam é que são pequenos’.
Lamentavelmente continuam pequenos. Em 2019, vou continuar fazendo meu trabalho [revendendo vinhos e azeites portugueses], mas tenho esperança de que as coisas melhorem.”
Apesar de não acreditar muito nos "homens do poder", Carlos Beja espera que 2019 seja um bom ano. Foto: Marina Mori / Gazeta do Povo
Apesar de não acreditar muito nos "homens do poder", Carlos Beja espera que 2019 seja um bom ano. Foto: Marina Mori / Gazeta do Povo

Empatia

A administradora Andrea Prado, 40, aprendeu a se reinventar em 2018.
Se a gente não se reinventa, fica parado. Perdi o emprego neste ano e há três meses estou trabalhando como Uber. Não me arrependo, acho superdigno. Essa foi, na verdade, a salvação para muitas famílias. Parece que vivi 10 anos de sofrimento em um e quase me separei por causa disso, mas agora estou aliviada por estar trabalhando e poder dar retorno para a minha família.
Não estou triste, não. Estou feliz. Pessoalmente, minha maior vontade para 2019 é que eu volte a exercer minha profissão. Para o mundo, sinto que as pessoas precisam de mais empatia. É o que está faltando: pensar no outro.”
Andrea Prado tem esperança de que 2019 seja um ano mais próspero. Foto: Marina Mori / Gazeta do Povo
Andrea Prado tem esperança de que 2019 seja um ano mais próspero. Foto: Marina Mori / Gazeta do Povo

Saúde sempre

O paraense Romildo Miranda Moraes, 49, espera que 2019 seja tão saudável quanto o ano que passou.
“Esse ano foi maravilhoso de saúde, de trabalho. Não perco um sábado e domingo aqui no parque. Venho de bicicleta lá do Fazendinha e corro 10 quilômetros, depois volto pedalando. Trabalho como operador de empilhadeira, mas gosto de esporte. Pratico já faz 16 anos. Para o ano que vem, desejo saúde. Seria bom se os jovens participassem mais, também, porque vejo mais gente idosa aqui. É importante cuidar do corpo.”
Romildo Miranda Moraes: desejo mais saúde para 2019. Foto: Marina Mori / Gazeta do Povo
Romildo Miranda Moraes: desejo mais saúde para 2019. Foto: Marina Mori / Gazeta do Povo

Coragem para viver novos desafios

Há quatro anos, o mexicano Luís Felipe García Fuentes, 27, veio ao Brasil para estudar. A mudança, desafiadora, foi essencial para que ele se transformasse.
“Foi um ano muito importante e cheio de mudanças. Deixei para trás muitas coisas que precisava deixar e estou trabalhando muitas coisas pessoais que preciso mudar para mim. Tive vários aprendizados, mas o maior deles foi ir atrás das coisas que queria. Não tem que ficar parado, sabe, porque nada cai do céu. Se você quer alguma coisa, tem que ir procurar, mesmo que seja difícil e você ache complicado ou impossível, tem que tentar e tem que dar certo.
Eu queria fazer alguma coisa diferente e em 2014 a oportunidade de estudar no Brasil apareceu. Mesmo não sabendo o idioma, não sabendo como seria. Arrisquei e vim. Terminei o mestrado, estou fazendo doutorado em ecologia, em São Carlos (SP). Para 2019, quero focar nisso – até o fim do ano tenho a qualificação, então tenho muito trabalho pela frente.”
O mexicano Luís Felipe Fuentes, 27, deseja um novo ciclo de mais aprendizado. Foto: Marina Mori / Gazeta do Povo
O mexicano Luís Felipe Fuentes, 27, deseja um novo ciclo de mais aprendizado. Foto: Marina Mori / Gazeta do Povo

Menos ganância

Para o zelador municipal Israel Job Moreira, 60, o maior desejo é que as pessoas pratiquem mais humildade.
“A gente espera que o povo não seja tão ganancioso, né? Podia dar uma melhorada, mas tem que ter uma união. Eu espero abundância. Estou com uns planos, falei para o meu casal de filhos, de pegar essas férias em janeiro e dar um passeio até São Paulo. Antes, só tinha ido até Santos e Paraguai. Minha esposa faleceu na metade desse ano, não foi fácil. Vou ter que ir sozinho.
Nosso Brasil tá muito difícil. Podia dar uma melhorada boa pra gente se alegrar um pouco. Queria que o povo fosse mais humilde, menos ganancioso.
Israel Job Moreira: o povo é muito ganancioso, deveria ser mais humilde. Foto: Marina Mori / Gazeta do Povo
Israel Job Moreira: o povo é muito ganancioso, deveria ser mais humilde. Foto: Marina Mori / Gazeta do Povo

Organização

O desejo da oficial militar Nanci Saus, 56, é que o próximo ano represente um novo momento para o Brasil.
“Espero muitas mudanças, para a gente voltar para o rumo. O país estava muito perdido, com muita polarização. Que nesse ano a gente tenha um novo traçado e uma retomada dos valores da família, do patriotismo, com menos corrupção e mais consciência. Às vezes cobra-se muito dos políticos, mas penso que o povo em si tem que tomar consciência e ter suas atitudes corretas. Aí sim a gente consegue construir uma sociedade melhor, um mundo melhor.”
A oficial militar Nanci Saus acredita que a consciência deve fazer parte do todo para que o mundo melhore. Foto: Marina Mori / Gazeta do Povo
A oficial militar Nanci Saus acredita que a consciência deve fazer parte do todo para que o mundo melhore. Foto: Marina Mori / Gazeta do Povo

Mais viagens

O principal desejo de Denise Bonilauri, 58, para o próximo ano, é fazer uma viagem dos sonhos.
“2018 foi um ano muito bom para mim, pessoalmente, e acho que 2019 vai ser ainda melhor. Casei uma filha e a outra filha me deu um neto, então não podia ser melhor. Foi bem especial. No ano que vem, quero viajar. Quero ir para a Itália com meu marido, porque vamos comemorar 40 anos que nos conhecemos. Como somos descendentes de italianos, vai ser uma viagem de sonho.
Denise Bonilauri se prepara para celebrar a virada com sua filha, Estela Baliana, 25, e o marido, Gildo Baliana, 59. Foto: Marina Mori / Gazeta do Povo
Denise Bonilauri se prepara para celebrar a virada com sua filha, Estela Baliana, 25, e o marido, Gildo Baliana, 59. Foto: Marina Mori / Gazeta do Povo
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