Dankan, olhos puxados e verdes e amor pelo Japão
Mãe japonesa e pai alemão. Na hora da seleção dos genes do estudante Dankan Paulo Zimmermann, 19 anos, os determinantes foram os orientais, deixando a ascendência germânica definir apenas o verde dos olhos. “Até meu pai virou japonês nessa história. Ele mesmo diz que gosta mais da cultura oriental que a minha mãe”, brinca. Do que a genética não deu conta, o ambiente tratou de moldar: “Eu morava em Londrina, onde eu era o único ocidental numa roda de amigos cheia de orientais.”
Aos 11 anos, foi para a aula de japonês – não aprendeu em casa, porque o avô, com trauma de guerra, não quis que ninguém em casa falasse o idioma – e foi sempre o responsável por levar a família toda aos matsuris (festas). Hoje, Dankan tem três atividades para desenvolver sua “japonice”: “São as aulas de japonês no método Kumon, os treinos de taikô (instrumento de percussão) no grupo Akabeko Taiko e na Sociedade Nikkei, que é o clube japonês de Curitiba”. Além de gostar da cultura, ele revela apreciar a perseverança oriental, ainda que nem sempre siga à risca o preceito dos antepassados – “Devem ser os outros 50% fazendo efeito.” Para ele, a cultura japonesa de exótica virou pop. “A parte ruim disso é que as festas já não têm mais o clima que tinham antes. Elas viraram um empurra-empurra, não dá nem para dançar direito. Sem contar que tem que disputar cadeira para poder comer alguma coisa”, lamenta.