Comportamento

Isso sim é renovar!

Adriano Justino
20/11/2005 21:23
Dentre suas principais virtudes está a capacidade de recomeçar, ou “renovar”, como ele mesmo prefere dizer. Aos 48 anos, o empresário Antonio Luiz Noll, o famoso Toninho das lojas Renovar, mesmo tendo passado por um revés econômico, contabiliza como positiva a experiência que viveu.
“Nós chegamos ao sucesso muito rápido e de forma desordenada. Não tive tempo de formar melhor os funcionários e, por outro lado, delegava pouco. E chegou o momento que não dava mais tempo para controlar a qualidade de tudo”, conta. “Senti na pele a realidade de que uma empresa tem de crescer com o controle do líder, mas sempre formando bem a sua equipe. E o mercado não perdoa, os mesmos fornecedores que te ajudam nos momentos bons, apertam nos de crise”, lembra.
Toninho, hoje consultor de empresas e em ascensão novamente, ensina em palestras como repassar tarefas de acordo com a sua experiência. Nas palavras de Gustavo Galleazzo, consultor da Moore Stephens e professor do curso de Administração da UniBrasil, é preciso encaixar bem as ações de acordo com os pilares defendidos pelos gurus da administração: o urgente, o necessário e o importante.
“O urgente é aquilo que você não pode deixar de fazer senão sua empresa pára. O necessário é o de todo dia, base para que a empresa viva. E o importante são diretrizes como os valores éticos. Quem sabe delegar nunca chega ao urgente, sempre tem o necessário garantido e consegue ter tempo para cuidar do importante”, descreve Galleazzo.
Conflitos
O consultor Alexandre Freire, do Instituto MVC, lembra ainda que delegar não significa estar livre de conflitos. “Quanto mais competente uma equipe, maior a probabilidade de conflitos, isso é normal. Mas não são litígios pessoais, mas de idéias, profissionais. Delegar é aprender a lidar com isso também”, reforça. “Se não houvesse bons conflitos, isso seria o sinal da existência de profissionais e chefes medíocres”, dispara.
Qualquer empresa, complementa José Wenceslau Schier, consultor da De Bernt Entschev, é como um relógio, os departamentos estão isolados, mas conectados. “É difícil, não existe uma receita de bolo, é necessário abusar da comunicação”, afirma. “Ainda mais hoje, com o achatamento da hierarquia, é definitivamente preciso apostar nos outros”, continua.