De acordo com a psicóloga Daniela Bertoncello, há atualmente uma tendência de se estabelecer um romantismo renovado que chega através das telas de computadores e celulares. “Existe uma tentativa de se desenhar algo mágico, perfeito, que por algum tempo parece funcionar, mas que depois de algumas pressões, pode se revelar incompatível com o que foi dito anteriormente. Aí vem a frustração”, diz.
Segundo Suzane Schmidlin Löhr, nessa hora podemos nos descrever como gostaríamos de ser, como achamos que o outro gostaria que fôssemos e não como de fato somos. “Qual a vantagem disso? Será que a percepção que essas pessoas têm de si próprias é distorcida? Será que imaginam manter por toda a vida uma relação apenas virtual? Será que pensam apenas em divertir-se, vendo como levar na conversa outras pessoas?”, questiona. Mesmo na relação direta com o outro podem surgir fantasias. Estamos vendo o outro, mas imaginamos que ele tenha as características que gostaríamos que tivesse. A fase inicial de uma relação serve justamente para se checar a percepção das partes envolvidas e avaliar afinidades e diferenças. A dica, de acordo com Dionísio Banaszewski, é sempre trazer a relação para o real. E os finais felizes existem, provavelmente por terem utilizado mais da realidade e menos da fantasia. (LJ)
