Comportamento
Um refúgio de silêncio em meio ao caos urbano. Um quintal como o da casa de nossas avós em pleno centro da cidade. Um jardim perfeito para refletir, descansar ou fazer um piquenique.
Nos 319 anos de Curitiba, que serão comemorados na próxima quinta-feira, 29, o Viver Bem decidiu fazer uma homenagem à capital convidando o leitor a descobrir – ou redescobrir – os tantos lugares especiais que a metrópole abriga. Para eleger alguns desses pontos, usamos as redes sociais, perguntamos aos nossos colegas de redação e recorremos à ajuda de um especialista: o urbenauta Eduardo Fenianos, que entre 1997 e 1998 passou cem dias explorando os rios e todas as ruas de Curitiba.
Perguntamos quais são os “paraísos escondidos” que cada uma dessas pessoas conhece na capital. O resultado você confere a seguir.
Viagem urbana
Para Fenianos, explorar a cidade é tão importante que no seu livro O Urbenauta – Manual de Sobrevivência na Selva Urbana , ele lista cem motivos para viajar dentro da cidade em que se mora. Entre os principais estão a identificação cultural e a preservação. “Quem conhece seu lugar não tem como não gostar, sente-se cada vez mais parte daquilo. Conhecer significa cuidar mais da cidade.”
• Capela Santa Maria – Silêncio restaurador
Que tal fugir do barulho da cidade em pleno centro? A Capela Santa Maria virou, em 2008, sala de concertos e sede da Camerata Antiqua de Curitiba. Mas fica aberta durante o dia, quando é possível sentar em uma das cadeiras para apreciar os belos vitrais, o lindo teto e, principalmente, o silêncio que faz a gente esquecer da vida lá fora. Não deixe de subir no mezanino para observar ainda mais de perto os detalhes do local.
Serviço: Rua Conselheiro Laurindo, 273, Centro, fone (41) 3321-2840. Aberta à visitação das 9 às 12 horas e das 14 às 18 horas, de segunda a sexta-feira.
• Casa Lilás – Quintal da vovó
Fica no Largo da Ordem, centro histórico de Curitiba. Quem nunca entrou não imagina o que há pela frente: um quintal que não só tem a cara daqueles das nossas avós, como é cuidado por uma delas. A Casa Lilás é um ateliê de arte e gastronomia tocado pela assistente social Glória Maria Vargas e por sua sócia e mãe, dona Carmem, que fará 80 anos em maio e cuida pessoalmente das plantas. Durante a semana, um charmoso buffet por quilo no almoço. No domingo, café da manhã e almoço com pierogui, kibe e outros pratos.
Serviço: Rua Dr. Claudino dos Santos, 90, Largo São Francisco, fone (41) 3324-9755. De terça a sexta, das 10h30 às 19 horas; sábados, das 12 às 17h30; domingos, das 10 às 15 horas.
• Santuário de Schoenstatt – Um santuário, mesmo
O original está em Vallendar, na Alemanha. Mas uma das 200 réplicas do Santuário de Schoenstatt fica em Curitiba. Um dos campeões das indicações para esta matéria, ele também é o local preferido da educadora social Bárbara Skalski Bilek, 24 anos. Desde a infância ela frequenta o local, levada pelos pais. “Ali é o meu refúgio, é onde posso ter um encontro comigo mesma”, diz a moça, que gosta de meditar e orar no local.
Serviço: Rua Padre José Kentenich, 550, Campo Comprido, fone (41) 3279-1391. Aberto das 7h30 às 18h30.
• Bairro Riviera – Gente simples
Entre os locais preferidos do urbenauta Eduardo Fenianos está o bairro Riviera. “Gosto de ir pra lá pra conversar com os imigrantes poloneses que ainda vivem como seus avós”, afirma.
• Serra do Mar
Não, não é para ir até lá. Dentro de Curitiba mesmo dá para ter uma linda vista da Serra do Mar. No Bairro Alto fica um desses pontos privilegiados. Se o dia estiver limpo e você com disposição de acordar cedo, é possível ver o sol nascer com o recorte da serra. Recomendação de Eduardo Fenianos.
• Área rural – O campo na cidade
Na região norte da cidade, o bairro Santa Cândida ainda preserva características de área rural. Os primeiros imigrantes italianos e poloneses chegaram na década de 1870. Hoje muitos descendentes continuam vivendo da lavoura de hortaliças e cereais. O bairro é um dos lugares eleitos pelo urbenauta.
• Bosque de Portugal – Passeio com poesia
Inaugurado em 1994, o Bosque de Portugal é um memorial da língua portuguesa. A alameda de pedras que atravessa um trecho de mata nativa abriga versos de poetas da nossa língua escritos em azulejos portugueses. São 22 pilares com a poesia de Luís de Camões, Gregório de Matos, Antonio Nobre e outros.
Serviço: Acesso pela Rua Fagundes Varela, no Jardim Social.
• Convento Solitude – Onde reina a paz
Se você quer mesmo fugir do mundo caótico e encontrar a paz, seu lugar é no Convento Solitude. Uma tarde lá é capaz de reequilibrar energias e trazer a paz do lugar um pouco para dentro de você. As irmãs de Sion que moram lá levam uma vida contemplativa, ou seja, de clausura. Elas saem apenas para resolver o que chamam de “assuntos civis”, como consultas médicas e fazer as compras necessárias para a casa. “É um a área preciosa”, afirma a madre superiora, irmã Célia. Se tiver a sorte de encontrá-la, aproveite seu abraço restaurador. Não deixe de visitar a gruta e a grande castanheira.
Serviço: Fone (41) 3226-3639. É necessário marcar a visita, apenas para pequenos grupos.
• Arte e Letra Editora e Livraria – Um bom livro e um jardim
Esqueça as grandes livrarias de shopping. Para os apreciadores da literatura, a Arte e Letra Editora e Livraria é realmente um oásis. Ela é pequena e tranquila. E fica em um imóvel – a Casa de Pedra, no Batel – com um bonito jardim. Escolha seu livro, peça um café e aprecie a vista. Um dos proprietários, Frederico Tizzot conta que muitos clientes compram os livros e voltam lá para ler.
Serviço: Rua Presidente Taunay, 130, fundos da Casa de Pedra, Batel, fone: (41) 3223-5302.
• BMW Motorrad – Museum Curitiba – Mundo das duas rodas
Se você gosta de motos, não pode deixar de visitar o BMW Motorrad – Museum Curitiba. Em dois andares da casa de seu proprietário, o madeireiro aposentado João Carlos Ignaszewski, estão 40 motos da marca alemã, de 1923 a 2000. Ele garimpou e restaurou a maioria delas.
Serviço: O museu, que fica na Rua João Naves da Cunha, 144, Seminário, abre uma vez por mês, sempre aos sábados, a partir das 15 horas. A entrada custa R$ 20 masculino e R$ 10 feminino. Mais informações: www.museubmwcuritiba.com.br.
E qual é o seu paraíso escondido em Curitiba? Conte para o Viver Bem!
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