Quando percebo, já joguei fora. O que devia ou não. Quando era pequena, tinha uma verdadeira ojeriza por aquelas agendas das minhas amigas cheias de papéis de balas, bilhetinhos trocados no meio das aulas, entradas do cinema, fotografias da turma. Usado? Lixo. E nem me venha com essa de “guardar lembranças”. Nada supérfluo: na dúvida, me desfaço.
Cresci e essa tendência se transformou em um verdadeiro vício. Mais de uma vez me arrependi de ter me desfeito de livros usados na faculdade, resumos considerados inúteis, telefones em agendas antigas, matérias publicadas – um alto preço a pagar pela síndrome. O pior é quando não consigo segurar o impulso de jogar fora… as coisas dos outros!
Inclusive no computador da família. De repente, alguém diz “nossa, não consigo encontrar um texto que tinha no Word”. A consciência pesa e amaldiçôo a hora em que não consegui segurar o entusiasmo em apertar o “del”. Será que isso tem remédio?
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