Bicho papão de muitos pediatras, a chupeta divide opiniões entre profissionais da saúde, mas seu uso é bastante comum entre as crianças. Assim como a fralda e a mamadeira, as “pepetas”, “pepês” e “bicos” precisam ser retirados dos pequenos logo após a fase oral, em torno dos dois anos. Para evitar a dor de cabeça de muitos pais, conversamos com uma especialista que dá dicas de como fazer essa transição sem muito “chororô”.
De acordo com a psicóloga infantil Fernanda Roche, a chupeta só deve ser utilizada em crianças que têm a necessidade da sucção. Segundo a profissional, o bebê demonstra logo essa necessidade de satisfação oral, quando usa a mama da mãe como uma verdadeira chupeta. Porém, o acessório deve servir para suprir somente essa necessidade da criança. “É preciso ter cuidado para que a chupeta não vire uma rolha, que serve para tapar um choro ou uma baba”, salienta a psicóloga.
A primeira dica – e mais importante – para os pais que decidem retirar a chupeta da criança é ser firme e paciente com a restrição. “Os pais precisam ser convincentes e, uma vez decidido, nunca voltar atrás”, alerta. Para Fernanda, essa transição precisa ser feita preferencialmente até o segundo ano de vida. “Essa idade é ideal para fazer a negociação do uso da chupeta de forma lúdica, contando histórias do coelhinho da Páscoa e do papai noel”, sugere a especialista.
Outra sugestão é habituar a criança a usar a chupeta somente durante alguns períodos do dia. A restrição precisa ser gradual, e pode começar liberando o uso do acessório somente em casa, ou antes de dormir. “Quando a criança tem outras coisas para se entreter durante um passeio, ela não precisa ficar com a chupeta o tempo todo”, explica a psicóloga. O velho truque de furar a ponta da chupeta com uma agulha pode ajudar, de acordo com a especialista: “Quando a chupeta é furada, ela fica ‘chocha’, e a criança perde o interesse”. Outras estratégias, como passar a chupeta no café ou em outras substâncias amargas, não são eficazes.
O ideal, de acordo com a psicóloga, é fazer uma mudança de cada vez e conhecer bem a criança, para que ela passe por essa fase com mais tranquilidade.
Três experiências
Depois de muitas idas e vindas, Davi largou definitivamente o acessório. A caçula Valentina, de 2 anos, por sua vez, não demorou a ser convencida: “A Valentina foi diminuindo o uso gradualmente, usava somente na hora de dormir, até o dia em que ela entregou todas para o papai noel”, relembra.
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