Comportamento
Sair para paquerar, conhecer pessoas e até namorar em um boteco é comum para a maioria dos jovens. Mas, casar? A jornalista e psicóloga Maria Rafart, 45 anos, e o músico Fabio Elias, 33, provaram que, para os votos de fidelidade eterna, podem fugir do altar e subir ao palco. Sob os olhares atentos de familiares, amigos e animal de estimação – sim, a cachorrinha da noiva não faltou –, o casal festejou a união em um bar de blues da cidade. Segundo o noivo, a ideia era fugir do convencional para evitar a formalidade e ter uma festa que combinasse mais com os dois. “Eu nunca fui de seguir normas impostas e sempre achei chato pra caramba ir a casamentos: ficar mais de uma hora esperando a cerimônia, depois pegar o carro e ir até um bufê, sentar em uma mesa com a tia Genoveva para ficar comendo e falando futilidades, ouvindo reclamações. Preferimos fazer uma festa no bar, onde as pessoas ficassem em pé mesmo, circulando e conversando, em um ambiente mais descontraído”, diz.
Maria acrescenta que o mais importante era transmitir o clima festivo que o casal tem no cotidiano. “Não queríamos convenções que engessassem nossa forma descontraída de ser – o casamento era algo que desejávamos, mas queríamos liberdade para agir na festa. Casei de vestido curto, o Fabio usou seus óculos escuros de sempre, e não faltou nem a nossa pinscher Nenê, que já tem 13 anos”, conta.
Uma cerimônia em um ambiente escuro, com cheiro de bebida e de cigarro pode não combinar com todos os convidados, especialmente os de mais idade. Mas, neste caso, a mudança de ares agradou mais do que atrapalhou. “Só meu irmão, que é de uma religião muito conservadora, achou meio estranho, mas compareceu e ficou feliz em nos ver. Todos disseram que mudamos o conceito de casamento. E mudamos mesmo! Tanto que um amigo que estava lá resolveu se casar também e já mandou o convite”, conta Fábio.
Quando a atriz Laura Telles, 29 anos, e o publicitário Fabro Steibel, 27, resolveram entrar na igreja vestidos de princesa e sapo, acharam que padre nenhum aceitaria a brincadeira. Estavam enganados. Fantasiados, encontraram sentados nos bancos – enfeitados com aquários e sapinhos de brinquedo –, convidados que iam de bruxas a mosqueteiros. “No convite, dissemos que aqueles que quisessem ir fantasiados, que fossem, e aqueles que quisessem ir de terno e gravata (fantasia de “dono da Disney”) que fossem também. No final, a maioria estava caracterizada. Nem o padre esperava que as pessas fossem caprichar tanto”, conta Fabro. O casamento inusitado agradou aos convidados, mas houve quem desaprovasse. “Eu sei que algumas pessoas que frequentam a Igreja do Rosário acharam inconveniente. Tinha gente que achava um absurdo, outros achavam lindo. Mas foi o que queríamos fazer”, conta.
Cardápio foi a surpresa
Tradição ou inovação? Essa é uma dúvida que a psicóloga Maria Inês Frederico Medaglia teve ao organizar o casamento da filha Mariana, que rendeu um livro: Saia Justa no Casamento. A busca por originalidade chegou até ao paladar dos convidados. “Conheci uma italiana em uma viagem e ela indicou um confeiteiro da Itália que morava em Curitiba. Ele explicou que em Sorrento e na Sicília as plantações de laranja e limão são predominantes e, portanto, essas frutas são muito utilizadas nas receitas de casamentos”, diz.
Maria Inês resolveu embarcar em uma viagem pelo sabor dos doces de seus antepassados, e entre os selecionados para a festa estavam uma torna de amêndoas com chocolate (caprese), bolo umedecido com calda de rum, um doce com massa folhada, creme de ovos e baunilha (millefoglia), e profiteroles de limão e de chocolate. O bolo foi feito de pão-de-ló, recheio de creme de laranja e cobertura de nata batida, decorado com flores naturais. “A mesa dos doces pode não ter causado o glamour que está em voga. Talvez nem todos tenham apreciado a ideia dessas receitas regionais, mas senti que valeu a pena”, diz.
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