Trinta anos sem cobrança: Para autoras de “Enfim, 30” tornar-se balzaquiana é motivo para rir à toa
Bruna Covacci
26/11/2015 09:00
Foto: Reprodução.
Completar 30 anos é um marco na vida de muitas pessoas, mas é motivo para entrar em crise? Para Camila Fremder e Jana Rosa a resposta é não. De acordo com as autoras do best-seller “Enfim, 30”, a idade pode ser maravilhosa. Na publicação, elas abordam aspectos da vida da mulher contemporânea como carreira, relacionamento, saúde, vida social, tecnologia e moda – tudo com muito bom humor.
CAMILA FREMDER nasceu em São Paulo, em 1981. É formada em publicidade e pós-graduada em roteiro para TV e Cinema. Desenvolve conteúdo para diversas empresas, sites e produtoras, e é colunista de revistas femininas.
JANA ROSA nasceu em 1985, na cidade de Araraquara, em São Paulo. Largou a faculdade porque é da geração Y e não teve paciência. Já trabalhou como jornalista de moda, foi apresentadora de TV e agora se dedica a tirar meses sabáticos e viajar entre trabalhos e livros.
Foto: Reprodução/Instagram.
Abaixo, confira a entrevista que fizemos com a dupla:
Se os 30 anos são considerados a idade da maioridade e o ápice da beleza feminina, por que as mulheres ficam em crise assim que atingem a idade?
Porque junto com eles vem um pacote de cobranças de que essa maioridade tem que envolver realizações pessoais e profissionais, financeira, familiar, coisas que nos ensinaram desde pequenas e que a sociedade ainda nos cobra, e aí nóias e crises podem aparecer, é sobre isso que falamos no livro, sobre ser uma idade tão maravilhosa e ao mesmo tempo tão cheia de crise e como não deixar essa crise nos afetar.
Você acha que a sociedade ainda cobra algumas regras para mulheres que chegam aos 30 (não podem mais ter cabelos compridos nem franja, devem mandar a maneira de vestir…)?
Temos um capítulo sobre isso, as regras de moda e beleza que nos ensinaram enquanto crescíamos e que não fazem nenhum sentido, até entrevistamos a Costanza Pascolato e o Duda Molinos. O spoiler é que a sociedade cobra muito ainda, mas que a gente pode e DEVE fazer o que quiser, viu?
O que oprime as mulheres são as suas próprias cobranças?
As nossas próprias cobranças nos oprimem junto com nossa sociedade machista, mas é porque nos ensinam desde cedo que temos que ser magras, lindas, ricas, jovens, maternais, porém sensuais, porém bem sucedidas, porém menos que os homens para não assustar um bom marido, porém temos que casar, porém temos que ser boas de cama, porém não muito pra não ser consideradas biscates, porem isso e aquilo e etc. Então temos que fazer exercícios todos os dias pra falar “vou ser feliz e me amar e vou me livrar de todas essas regras e julgamentos que enfiaram na minha cabeça” essas “ideia errada” que tão grudadas na nossa cabeça e nos torturam. O livro fala muito sobre isso e queremos tirar a “ideia errada” dos 30 da cabeça das mulheres.
Como vocês responderam as perguntas?
Rindo da cara delas e fazendo só o que queremos.
O que vocês fizeram quando chegaram aos 30 anos?
Jana: Lancei um livro sobre fazer 30!!!!
Cami: resolvi sair do meu trabalho fixo para escrever livros e conteúdo.
Para vocês, o que representa a figura da mulher contemporânea de 30 anos?
Essa pergunta é difícil porque acho impossível definir uma figura que representa as mulheres contemporâneas de 30 anos em um país do tamanho do Brasil. Existem muitas historias e vivencias e formas diferentes de chegar aos 30. Mas uma coisa existe em comum, são as cobranças que existem na vida das mulheres desde que nascem, independente de idade, classe social, etc, e como nós mulheres já temos coisas demais pra nos preocupar, tirar essas nóias que enfiam na nossa cabeça e fazer 30 em paz ajuda um pouco.