Um vídeo de uma convidada derrubando a decoração de uma festa de casamento para fotografar com o próprio celular reacendeu o debate sobre o limite das fotografias amadoras em eventos. No vídeo, enquanto os noivos entram, a convidada se debruça sobre a decoração para fotografar e acaba caindo sobre as flores e invadindo a passarela, estragando o momento único dos noivos.
Veja o vídeo
Essa não foi a primeira vez que o debate sobre a necessidade de registrar o momento vem à tona. Em dezembro, depois de perder o momento único do beijo dos noivos, por conta da “invasão” de um celular na foto, o fotógrafo Joel H. Garcia, das Filipinas, desabafou nas redes sociais: “Alguns momentos são muito breves e quando um convidado entra no caminho, eu fico muito triste, pois as pessoas não percebem o que estão fazendo”. A imagem logo viralizou, reacendendo a discussão sobre o excesso do uso dos celulares em eventos e uso indevido desses aparelhos.
Realidade sem volta?
A situação acontece cada vez mais com fotógrafos e cinegrafistas que dividem o “trabalho” com convidados que ostentam câmeras compactas, celulares e até câmeras semiprofissionais, na ansiedade de também fazer os seus próprios registros. A situação pode ser solucionada?
Na opinião do fotógrafo Gilson Camargo, de Curitiba, essa é uma realidade sem volta. No entanto, é preciso, sim, buscar uma convivência pacífica entre profissionais e convidados. “As pessoas viraram `veículos de comunicação´, com a ansiedade de compartilhar o que estão vivendo nas redes sociais o tempo todo. Assim, todos são fotógrafos em potencial”, analisa Camargo, que vê esse tipo de situação acontecer nos mais variados eventos.
“Noto essa realidade tanto como profissional como convidado, mas acho que não tem volta. Se comportar ou não em eventos vai além da questão profissional, é uma questão social”, analisa.
De qualquer forma, fica cada vez mais difícil encontra uma “vaga” entre os celulares para um bom ângulo profissional. Conforme desabafou Joel H. Garcia em seu post: “Eu quero postar este tipo de imagem (a do celular invadindo a foto oficial) porque tenho a esperança de ensinar algumas pessoas, que entenderão isto como um lembrete positivo e pensarão no fotógrafo ou cinegrafista que estão trabalhando antes de pular bem na frente de um momento crucial”.