Comportamento

Curitiba reúne dezenas de “seres místicos” no 2º Encontro de Fadas

Redação, colaborou Monique Portela
02/07/2017 17:31
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Luzia Rocha, 36 anos, vestiu-se a carater para o Encontro de Fadas de Curitiba. Foto: Monique Portela

O frio típico da capital não impediu que Isabela, de 11 anos, e cerca de outras 90 pessoas se reunissem neste domingo (2) no Bosque Gomm. Por quê? “Porque eu acredito em fadas“, respondeu Isabela, que fala também por outras dezenas de jovens e adultos presentes na segunda edição do Encontro de Fadas de Curitiba.
Em cada canto do Bosque, pessoas com vestidos coloridos, flores, asas, mantos e orelhas de elfos. Mas diferente de Isabela, a maioria do público tinha mais de 20 anos. “Eu sou apaixonada por fadas, bruxas, todo esse mundo encantado”, comenta Luzia Rocha de 36 anos, doméstica, que produziu ela mesma uma roupa completa de fada, com direito a asas de celofane e coroa de flores.
Mas afinal, o que são fadas?
Muito além dos pequenos personagens encantados dos filmes e livros infantis, quem leva a sério a tradição das fadas se refere aos elementais da natureza, ou seja, ao espírito de elementos como rios, flores e fogo. “A gente considera fada qualquer criatura da natureza. São essas criaturas que regem os bosques, as árvores, as estações do ano. Todos estes seres mágicos são fadas”, explica Amy Renisz, 22 anos, estudante de Letras e integrante do Crisálida, “clã de fadas” que organizou o evento.
Quem se interessa e segue a tradição das fadas preza por algumas diretrizes: o respeito e a conexão com a natureza são fundamentais. Meditar e contemplar a natureza também faz parte da rotina daqueles que acreditam carregar consigo um pouco do “DNA mágico” das fadas. Dentre as práticas feéricas, está a expressão por meio das diversas artes, das visuais ao teatro. “A tradição de fadas nasceu em um período ali pelos anos 60, 70, então ela carrega muitos dos processos do movimento hippie, da liberdade de expressão”, pontua Leonardo Meneguzzo, 22 anos, que fundou em Curitiba o grupo Crisálida no início de 2016.
Glamour
As roupas coloridas, floridas e cheias de brilho são consideradas o glamour das figuras feéricas. Literalmente. Na tradição das fadas, o nome dado às vestimentas típicas é glamour, que tem como finalidade criar uma ligação física com o plano espiritual das fadas. “Quando a gente veste o glamour, a gente está criando uma conexão. E uma conexão física. Mesmo uma pessoa que não é da tradição, quando colocar uma roupa assim, vai se sentir conectada”, explica Amy.
Com base no folclore europeu, existem apenas três grupos no Brasil que promovem esta tradição de fadas, a chamada Green Faerie: o de Curitiba, grupo mais recente; um em São Paulo e outro em Natal.
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