Você já ouviu falar que os gatos são seres independentes? Pois saiba que eles não são tão independentes quanto pensamos. Engana-se quem pensa que os gatinhos não precisam de atenção ou não têm carinho pelo tutor. O grande problema desse mito é que a falta de cuidados ideais pode trazer uma série de complicações na saúde física e psicológica, trazendo problemas comportamentais que muitas vezes são sub-diagnosticados.
A falta de socialização, por exemplo, pode trazer vários transtornos de comportamento. Ao contrário do que muitos pensam, felinos devem ser socializados com um amplo repertório de pessoas, animais, barulhos e situações diferentes. A socialização consiste em desenvolver relações sociais positivas com outros seres vivos, tornando o animal preparado para a vida em sociedade. O período mais sensível e adequado para sociabilização felina é entre a segunda e a oitava semana de vida, mas isso não significa que podemos parar por aí, pois a exposição deve ser contínua para a manutenção das habilidades aprendidas.
Toda experiência vivida durante o período de sociabilização terá influência em seu desenvolvimento, personalidade e temperamento ao longo da vida adulta. Estímulos físicos e mentais diários como brincadeiras (correr, saltar, caçar), estímulos sensoriais e alimentares (cheiros novos, comidas diferentes) e enriquecimento ambiental são extremamente importantes para o desenvolvimento cognitivo e social do gatinho, evitando que se desenvolvam problemas comportamentais futuros. Confira alguns dos problemas que esta falta de socialização pode desencadear:
Este problema de comportamento é muito comum e na maior parte das vezes é visto como normal, julgado equivocadamente como personalidade da espécie. A agressividade é demonstrada em resposta a algum estímulo sonoro, olfativo ou físico, como sentir cheiro de outro gato invadindo seu território. Entre as principais causas estão o medo e a falta de socialização, e ela pode ser direcionada a humanos e animais. Antes, porém, é necessário descartar causas fisiológicas, como dores e algumas doenças, para pensarmos em problemas comportamentais propriamente ditos.
Primeiramente devemos diferenciar a eliminação inapropriada (toileting) propriamente dita da marcação urinária (spraying). O spraying é feito em geral por machos, comumente depositada de forma vertical em portas, paredes e janelas de forma espalhada pela casa. Nele, o gato adota uma postura em pé, de costas para a área a ser marcada e a ponta da cauda quase sempre tremerá. Ainda assim, continua usando a caixa sanitária normalmente.
Já nos problemas de toileting, o gato faz as necessidades em poças e locais específicos escolhidos por ele, podendo ter como causa a aversão à caixa de areia, ao substrato, ao local de eliminação, falta de higiene da caixa e até mesmo falha no aprendizado.
Como existem causas relacionadas a problemas de saúde (como doenças renais crônica e infecções urinárias) e as relacionadas à problemas psiquiátricos (como disfunções cognitivas e síndrome de ansiedade por separação), fique sempre atento às mudanças no comportamento e consulte um médico veterinário clínico geral para confirmar o diagnóstico.
*Luiza Nascimento é médica veterinária e educadora pet.
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