Primeiro, é fundamental reconhecer que os cães são animais sociais e, naturalmente, anseiam pela companhia humana para desfrutar de uma vida plena. Ao receber um filhote em casa, é comum e esperado que ele sinta a ausência da ninhada, uma vez que estava acostumado à presença constante de seus irmãos e da mãe. Essa mudança pode inicialmente gerar desconforto e ansiedade no filhote, destacando a importância de orientar o animal na transição para momentos de solidão.
A necessidade de ensinar os filhotes a ficarem sozinhos não visa negar a importância da interação social, mas sim prepará-los para lidar com situações em que a presença humana não é constante. Proporcionar gradualmente períodos de tempos em que o filhote fique sozinho contribui para o desenvolvimento de habilidades essenciais, como a independência emocional e a capacidade de se entreter de maneira autônoma. Dessa forma, a introdução progressiva à solidão auxilia no fortalecimento emocional do cão, permitindo que ele lide de maneira mais equilibrada com momentos de separação e evite a ansiedade.
Por outro lado, quando o cão não aprende a ficar sem a presença dos tutores, isso pode resultar em consequências negativas para o comportamento e para o bem-estar e saúde dele. Um dos problemas mais comuns é a ansiedade de separação, que se manifesta por meio de comportamentos destrutivos, como roer móveis, objetos; arranhar portas na tentativa de escapar; e até começar a vocalizar excessivamente, latindo ou uivando como uma expressão de angústia pela ausência dos tutores.
Outros sinais incluem alterações no apetite, problemas de eliminação inadequada (como urinar fora do sanitário, especialmente em locais onde tem o cheiro do tutor, como sofá e cama) e lambedura excessiva. Portanto, é crucial proporcionar aos cães experiências positivas durante a ausência dos tutores desde cedo, a fim de evitar o desenvolvimento desses comportamentos indesejados e promover uma adaptação.
Quando ocorre um desconforto em separar ou até a ansiedade por separação é importante procurar ajuda profissional de um adestrador positivo e algumas vezes será necessário também uma consulta com veterinários especialistas, que poderão fazer um tratamento medicamentoso em conjunto com o adestramento.
Quanto tempo um cão tolera ficar sozinho?
O tempo que um cão pode ficar sozinho em casa varia de acordo com a idade e as necessidades individuais do animal. No entanto, algumas diretrizes gerais podem ajudar os tutores a planejar períodos de ausência de forma que atendam às necessidades do pet:
Filhotes: têm necessidades mais intensas de cuidados e interação. Eles geralmente não devem ficar sozinhos por longos períodos. No início, períodos curtos de 2 a 3 horas podem ser apropriados, com aumento gradual à medida que o filhote amadurece.
Adultos: em geral, conseguem lidar melhor com a solidão. Muitos podem ficar confortavelmente sozinhos por 6 a 8 horas, especialmente se foram gradualmente treinados para isso desde filhotes. Entretanto, é importante garantir que o cão tenha oportunidades suficientes de exercício, estimulação mental e interação social ao retornar.
Idosos ou com necessidades especiais: podem precisar de saídas mais frequentes para o banheiro ou cuidados adicionais, portanto, períodos mais curtos de solidão são aconselháveis.