Mesmo quando estamos vivendo e não percebemos o avanço da idade, estamos envelhecendo a cada dia. Aos 40 anos começamos a pensar sobre a maturidade, “que a vida começa aos 40”. Mas aos 50 anos nos sentimos diferentes e mais maduros e aos 60 anos de idade adquirimos o título de idoso e com ele alguns direitos: fila preferencial nos bancos, nos supermercados e nas farmácias; o de estacionar em vagas prioritárias; descontos em alguns estabelecimentos, como teatro e cinema. A partir dos 65 anos não pagamos mais passagens de ônibus urbanos, temos descontos em passagens rodoviárias, além de atendimento preferencial nos aeroportos e outros descontos. Temos a aposentadoria por idade, aos 62 para as mulheres e 65 anos para os homens.
Aos 70 anos atingimos maturidade, com a média de longevidade de 72,7 anos no Brasil, de acordo com dados do IBGE (menor que a anterior, um dos efeitos pandemia), sendo no Paraná de 74,1 a quarta maior média do país. Aos 80 anos e acima da média de longevidade, então, podemos dizer que é ou “8 ou 80” e, com certeza preferiremos o 8 (rsrsrs), mesmo assim conseguimos ser produtivos. Atualmente, vemos mais pessoas na faixa entre 90 e 100 anos, devido à evolução dos tratamentos de saúde e modos de viver, que melhoraram a qualidade de vida. Isso significa dizer que estamos vivendo mais, e com mais bem-estar e felicidade, graças às atividades e projetos criados (a exemplo o Mature Ser). Nossos amigos e parentes mais jovens têm se espantado com nossa força de viver e superatividade e costumam dizer: “Uau! Como você aguenta? Você precisa diminuir seu ritmo, buscar mais qualidade de vida para você, precisa descansar, precisa parar, fazer menos coisas.”
Mas, se seguirmos os conselhos dessas pessoas, será que continuaremos felizes, ou até vivendo? Importante é nos sentirmos realizados e úteis para sociedade e principalmente para nós mesmos, isso é que faz a diferença. Diminuir carga e atividades, descansar, fazer menos coisas, isso evidentemente ocorrerá, a depender da faixa de idade que alcancemos, até por necessidades físicas e mentais. Mas parar, jamais! Afinal, o que nos impulsiona para vida é o bom estresse o “eustresse”, que faz com que o corpo e a mente reajam mesmo no envelhecimento.
Atualmente, o que mais se discute é a saúde mental das pessoas no mundo, reflexos causados pela pandemia, pelo isolamento social, em que a depressão e ansiedade tomaram um hiperdimensionamento, ampliando sua ocorrência. Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) em 2021 mostrou que, numa lista de 11 países, o Brasil lidera com mais casos de ansiedade (63%) e depressão (59%). Os efeitos da pandemia atingiram sobremaneira as faixas etárias dos 60+ anos, em razão do isolamento social, que os impedia de sair de casa, trabalhar e de ver familiares e amigos, principalmente por ser uma idade vulnerável e frágil para transmissão da Covid-19. Também não podemos desconsiderar os reflexos dos preconceitos como idadismo ou ageismo, em razão da preferência dada aos 60+ na vacinação. “Só seremos imunizados depois deles? Nós que carregamos o país nas costas, somos a massa produtiva da população”, diziam alguns. Mas lembrem-se: quem carregou o país antes de vocês? Não esqueçamos nunca do ciclo da vida. É importante cuidar das crianças, dos adolescentes, dos adultos e dos idosos, pois a longevidade é um desejo de todos, viver mais e melhor. Afinal, o que faço hoje é reflexo para meu futuro sempre. A vida é maravilhosa, em todas as faixas etárias, para quem a aproveita! E lembremos sempre que “o idoso é um jovem que deu certo!”
*Psicólogo (CRPPR-0967) e Gestor do Programa Mature Ser.