Longevidade

Eduardo Novaes Ramires

Eduardo Novaes Ramires

Eduardo Novaes Ramires é embaixador Aging 2.0 Curitiba

Música, superação e longevidade: Tina Turner

Eduardo Novaes Ramires
Eduardo Novaes Ramires
19/06/2023 14:03
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Tina Turner, que faleceu em 24 de maio último, aos 83 anos, fez um único show no Brasil, em 1988. Ela estava com 48 anos. Eu tinha 19 e estive lá no estádio do Pacaembu, em São Paulo. Cheguei 10 horas antes do show, fiquei bem próximo do palco e assisti a uma inesquecível explosão de talento, energia e vitalidade de Tina. Acompanhei o reinício de sua carreira em 1984, com o álbum Private Dancer. E me interessei sempre pela impressionante história de garra, superação e aprendizado de Tina Turner ao longo de sua vida e carreira. Ícone da longevidade ativa!
“Os 50 são os novos 30. Os 70 são os novos 50. Não há regras que digam que você deve se vestir de determinada maneira ou que deve ser de determinada maneira. Estamos vivendo um tempo empolgante para as mulheres” 
Tina Turner, em entrevista ao Daily Express (2009).
Anne Mae Bullock nasceu em 26 de novembro de 1939, em uma pequena cidade de Tennessee, nos Estados Unidos. Sonhava ser cantora e  começou sua carreira com Kings of Rhythm de Ike Turner, em 1957. Casados em 1962, Ike e Tina conviveram até 1976. Durante todo esse período, ela sofreu muita violência física e psicológica de Ike. Quando finalmente decidiu abandoná-lo, ela deixou para trás todos os direitos de músicas e patrimônio, tendo de recomeçar do zero. Com ajuda de amigos como Mick Jagger, Cher e David Bowie, teve um dos maiores retornos da história da música. Seu álbum de 1983-84, Private Dancer, foi um sucesso total.  Aos 44 anos , ela foi a artista solo feminina mais velha a liderar o Hot 100. Em 1988 fez o show com o maior público pagante já feito por uma cantora solo, registrado pelo Livro Guinness dos Recordes: 182 mil pessoas no Maracanã, no Rio de Janeiro. Atuou em vários filmes, sendo o mais famoso Mad Max - Além da Cúpula do Trovão” (1985). Em 1993 foi lançado What’s Love Got to Do with It, um filme adaptado de sua autobiografia. Foi a primeira artista negra e primeira mulher a estar na capa da revista Rolling Stone. Em 2009, Tina se aposentou, após uma turnê de despedida. Tinha 70 anos de idade.
Religiões de matriz budista sempre foram importantes para Tina. Na sua maturidade ela gravou vários mantras, com sua voz poderosa. Versatilidade a toda prova! Procure na internet por “Tina Turner Mantras”.  Desde 1985, ela descobriu com o produtor musical alemão Erwin Bach, 16 anos mais novo,  um amor de mútuo respeito, que durou até o final de seus dias. Em 2017 seu marido lhe doou um de seus rins, o que permitiu estender sua vida até os 83 anos. Uma vida em constante reinvenção e muito rapidamente alinhavada nesse texto, que pode ser encerrado com mais uma frase da diva: “Se há uma lição que minha vida serve para ensinar, é que encontrar grandes problemas não precisa ditar seu futuro. É o que fazemos com a adversidade, como a usamos para nos moldar, que determina nosso sucesso e felicidade. Acredito que todos nós temos potencial para superar os problemas – e não quero dizer apenas sobreviver aos nossos problemas, mas prosperar por causa deles.”