Estamos sempre cuidando de algo ou de alguém: dos filhos, dos netos, dos animais, do corpo, do jardim, da casa, do lazer, de tantas coisas do dia a dia. Só que com o passar do tempo chegará um dia que deveremos pensar se estamos realmente preparados para sermos cuidados. Você está preparado para essa possibilidade?
Paramos em algum momento da vida para refletir como é alguém pentear nossos cabelos? Dar banho, enxugar, vestir, nos alimentar, dar os braços para um passeio, fazer as compras...e assim para tantas outras tarefas que damos conta hoje tranquilamente.
Como seria alguém ao nosso lado a todo momento? Infelizmente só paramos para sentir isso tudo quando acontece alguma intercorrência na saúde, ou na velhice, quando então precisamos de ajuda.
Por que não nos preparamos antes? E porque quando é chegada a temida dependência, acabamos por deixar aos filhos ou familiares a missão de decidirem como seremos cuidados e, muitas vezes, chegando até na questão de onde iremos morar. A mudança seria para um residencial de sêniores ou para uma Instituição de Longa Permanência (ILPI,nome atualmente dado às moradias para pessoas idosas)? Não seria mais fácil pensar nisso antes? Qual o seu desejo?
Não é uma decisão fácil de ser tomada por qualquer familiar deixar seus pais em uma ILPI ou ao cuidado com outra pessoa em casa. É um sentimento que mexe com o coração e tira dos eixos muitas famílias. Alguns pensam que deixar em uma casa de repouso é abandonar, mas pelo contrário, muitas vezes é dar à pessoa idosa a dignidade e a qualidade de vida que merece naquele momento. É socializar, visto que muitos não têm “tempo” suficiente para estar ao lado diariamente dando a atenção que merecem.
Cuidar de outra pessoa, sendo ela idosa, não é simples assim. Requer muito mais do que jamais imaginamos, principalmente paciência, tolerância e muito amor.
Importantíssimo ao longo da vida criarmos esse ambiente acolhedor de cuidados, ou seja, ter na mente ou consciência esta necessidade futura, seja de ter seus cuidados em domicílio ou de se dirigir por livre e espontânea vontade a um residencial com profissionais especializados.
Uma dica valiosa é buscar este planejamento do futuro: onde pretende morar, com quem deseja estar na velhice. Afinal, deixar-se ser cuidado e aceitar as mudanças é algo imprescindível neste caminhar. Ao se acostumar com essa ideia, lá na frente é muito mais fácil viver.
Informe-se sobre o processo do envelhecimento, seja este normal ou patológico. Nunca sabemos quais serão nossas necessidades, e o conhecimento é um caminho fantástico para melhorar cada vez mais o “lá na frente”. Visite as ILPI’s existentes na sua cidade. Além de fazer um bem enorme ao coração de quem já está lá, você poderá entender como tudo funciona, qual a rotina, quais os cuidados necessários, quais os profissionais que são importantes para que se realizem as atividades de vida diária com suporte adequado. Ou, procure as demais opções de moradias que se apresentam atualmente para sua longevidade.
E é disso que falamos, da longevidade. E quanto antes cuidarmos daquilo que queremos para nós, mais fácil será termos qualidade e tranquilidade ao longo da vida.
* Diretora Aging 2.0 Curitiba, bióloga, empresária, membro
do Sumaúma Hub - Innovation is Ageless e do Movimento LAB60+. Atua desde 2005 nas áreas de envelhecimento humano, qualidade de vida e economia da longevidade.