Shakespeare já dizia: ser ou não ser, eis a questão! Numa fase da vida, acima dos 60 anos, somos classificados como idosos, para todas as questões. Alguns aceitam isso naturalmente, outros negam, mas, independentemente disso, a idade avança para todos e, dessa forma precisamos entender e aceitar esse fato normalmente. E buscar viver da melhor forma, essa fase com bem-estar e qualidade de vida além de senso de utilidade, que cria no ser humano a motivação e a força para vida.
Graças ao Estatuto do Idoso e às políticas públicas nesta área, hoje temos direitos e benefícios a serem usufruídos. Mas há também algumas desvantagens: o peso da idade que começa a surtir seus efeitos no corpo, na mente e na saúde, os quais temos que cuidar bastante.
Vivemos esses dilemas, porém, a geração 60+ de hoje vive de forma diferente e com outras perspectivas. O idoso de agora não é mais aquele que vivia em casa de pijama e chinelo, sem fazer nada, ou a vovó que ficava na cadeira de balanço fazendo tricô. Uma grande maioria continua produzindo, trabalhando e sendo exemplos, como a Japonesa Masako Wakamiya, de 82 anos, considerada pela Apple a programadora mais idosa do planeta; o brasileiro aposentado João Benedito Alves Ferreira, de 77 anos, que se formou em Direito e foi aprovado na OAB; e Walter Ortmann, de 100 anos, que mora em Brusque/SC e trabalha na mesma empresa há 84 anos como vendedor e não pensa em parar. O idoso de hoje tem a mente jovem, pois quer e precisa ser um longevo saudável, útil e produtivo.
Com a expectativa de vida aumentando nas últimas décadas, temos muitas pessoas vivendo 100 anos ou mais. Assim, a maturidade está mudando o conceito do idoso e a sociedade está começando a entender isso. Como exemplo, uma senhora de 100 anos mandou, esses dias, seu currículo para trabalhar. Sua justificativa? Ela queria dinheiro extra para poder comprar o vinho que aprecia tomar nas refeições.
Outro exemplo, nas Instituições de Ensino Superior vemos muitas pessoas de 70 e até 80 anos de idade procurando cursos de graduação. Há muitos projetos, hoje, que realizam atividades para esse público, mantendo sua autoestima elevada, que promovem o bem-estar e a integração e que, principalmente, os ajudam na busca e obtenção de qualidade nas suas vidas.
Um número grande de pessoas dessa faixa etária (60+) vive sozinho e gosta de ser independente, e isso preocupa os familiares. Outros não têm a quem pedir ajuda, caso precisem. Nas duas situações uma dúvida surge: “como não me sentir inútil ou dependente? Ou ser tratado como velho se tenho uma certa idade e sou considerado idoso?” Quero ser visto pela sociedade como uma pessoa com idade, sim, porém, com muita saúde, disposição e motivação para viver esse momento pleno, com respeito e ajuda de todos. Então, Ser ou não Ser Idoso é sim uma prerrogativa para quem escolhe viver uma longevidade saudável, harmoniosa, útil e produtiva, e, assim, desfrutar da MATURIDADE, com dignidade.