Longevidade

Raphael Henrique Castanho Di Lascio

Raphael Henrique Castanho Di Lascio

Raphael Henrique Castanho Di Lascio é diretor na Aging 2.0 Curitiba e criador do projeto MatureSer

Sou idoso, não quero ser velho?

Raphael Henrique Castanho Di Lascio
Raphael Henrique Castanho Di Lascio
28/09/2023 21:45
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Idoso enxerga o envelhecimento com naturalidade e foca na qualidade de vida e no bem-estar. | Bigstock

Existe alguma diferença entre ser idoso ou velho? Dizem que sim, pois é uma forma de se sentir ou de viver a vida. O idoso vê com naturalidade o envelhecimento e busca a qualidade de vida e o bem-estar, enquanto o velho se coloca como vítima e interpreta a vida como difícil e só vê problemas. Por isso que algumas pessoas usam a expressão aquele “velho ou velha” para desqualificar a pessoa, tratando-a como inferior; mas como podem desqualificar se todo mundo vai envelhecer?
Não existe outra forma na vida, pois o envelhecimento faz parte do ciclo de vida e é o futuro de todos. Estamos vivendo um momento muito importante na vida e no mundo, a longevidade está em alta, as pessoas estão vivendo muito mais e melhor. O velho de antigamente não é mais o velho de hoje. Ou seja, isso é ser idoso, sendo mais participativo, produtivo, necessário e útil para a vida de todos, inclusive a dele mesmo.
Estamos tendo muitos líderes idosos em vários tipos de instituições, como na Igreja com Papa eleito em idade superior a 75 anos, os presidentes das maiores potências do mundo sendo pessoas com mais 75 anos. Podemos ver o idoso como representação de sabedoria, de experiência, de sensatez, de serenidade, entre outros atributos.
Mas, infelizmente, alguns não conseguem enxergar o idoso e sim o velho, como impotente, doente, inválido e inútil para a sociedade. O que precisamos entender é que, de acordo com os estudos e pesquisas de longevidade, teremos mais idosos do que crianças nos próximos anos, pois a taxa de natalidade tem diminuído no mundo e a expectativa de vida tem aumentado exponencialmente.
Então, o jovem de hoje precisa, além de se preparar para o futuro com muito zelo e de criar estratégias para se tornar um idoso e não um velho é, desde agora, tratar os Idosos com respeito, igualdade e dignidade que merecem. Ou seja, que trate da forma como gostaria de ser tratado quando estiver nessa faixa etária.
Viver com longevidade deve ser nosso objetivo atual, mas é também um desafio. Deve ser enfrentado com coerência e visão de futuro, planejamento de vida com quebra de paradigmas. Temos que mudar esse estigma para o bem de todos.
Precisamos que exista uma convivência intergeracional e que ela precisa prevalecer pois será a grande forma de convivermos melhor entre as várias gerações, sem preconceitos e com mais e melhor aceitação entre todos. Nossa forma de vermos o mundo precisa mudar, a longevidade traz essa reflexão e temos obrigação de pensarmos e planejarmos uma humanidade diferente.
Com muitas pessoas vivendo mais, as mudanças precisam acontecer nos cuidados com a saúde, na educação, na economia, na política e na sociedade. Todos devem ser vistos e cuidados de acordo com o momento de sua vida, como crianças, adolescentes, adultos e idosos, isso é longevidade. Que possamos viver uma vida toda para ser um idoso e não um velho.