Os cinco erros que te impedem de ter uma pele perfeita
Carolina Furquim, Especial para a Gazeta do Povo
14/08/2018 07:00
Hábitos diários simples ajudam a ter uma pele saudável e bonita. Foto: Bigstock
A pele é capaz de refletir hábitos colecionados ao longo da vida e o zelo com a própria saúde. Ela sofre com a ação do tempo, com fatores externos (como exposição solar e poluição), com escolhas alimentares e com componentes genéticos – o que impacta diretamente em sua elasticidade, luminosidade e viço. Isso, é claro, sem contar doenças graves que podem acometê-la ou se manifestar também nela.
De porcelana, de pêssego ou aveludada, não importa o adjetivo, a verdade é que uma pele saudável e bem cuidada é desejo de muitos homens e mulheres que buscam, na dermatologia e na estética, soluções em tratamentos para uma série de problemas e condições que surgem a partir da idade e de alguns comportamentos. Alguns sinais, infelizmente, são inevitáveis. Outros, podem ser evitados a partir da adoção de medidas simples no dia a dia. Porém, para boa parte deles, há avanços na medicina capazes frear, conter e minimizar danos.
Confira o que pode ser feito para corrigir alguns dos problemas de pele mais comuns:
Manchas
Elas surgem com a idade, com a exposição solar excessiva e desprotegida, pela inclinação genética e até mesmo em condições naturais, como a gravidez. São uma ocorrência comum especialmente em mulheres em idade fértil. “Pessoas com poucas manchas podem se beneficiar até mesmo de procedimentos mais simples, como uma limpeza de pele, que deve ser continuada em casa com produtos específicos para cada paciente, à noite e pela manhã”, diz a médica dermatologista Talitha Chaves, diretora clínica do Instituto La Beauté.
A limpeza é importante porque desobstrui os poros e prepara a pele para receber clareadores dermocosméticos que suavizam e até mesmo eliminam as manchas. Peelings e tratamentos a laser mais leves e superficiais, além de eliminar células mortas, também atuam sobre manchas e ajudam a deixar a pele mais uniforme.
Melasmas e rosáceas
Há tipos específicos de manchas que merecem atenção especial. Os melasmas e rosáceas são manifestações comuns e se caracterizam por surgir quase sempre no rosto. “Os melasmas são acastanhados, altamente influenciados pela exposição ao sol e calor. Gestantes e mulheres que fazem uso prolongado de anticoncepcionais também podem sofrer com essas manchas, que não têm cura, mas respondem muito bem a tratamentos de controle”, continua Talitha.
Essas manchas podem se beneficiar de cuidados iniciados em casa, como a aplicação de cremes à base de ácido retinoico e clareadores. As vitaminas C e E tópicas são ótimos antioxidantes e potencializam o efeito do filtro solar, reduzindo o seu surgimento.
Casos mais resistentes de melasma encontram na Indução Percutânea de Colágeno com Agulha (IPCA) uma melhora satisfatória. O procedimento é realizado com anestesia local tópica e, como o próprio nome sugere, é realizado através de microperfurações na pele que induzem um processo inflamatório local, estimulando a produção de colágeno. As pequenas perfurações causadas também reduzem a pigmentação de manchas de melasma, estabilizando-as.
De modo geral, o IPCA também reduz cicatrizes de acne, suaviza rugas e melhora poros e a textura geral da pele. Para quem sofre com as rosáceas – uma vermelhidão que se manifesta quase sempre na parte central do rosto, às vezes acompanhada de inchaço –, duas seções de laser para destruir os vasinhos sanguíneos que causam o problema são bem indicadas. As manchas também respondem bem ao tratamento com LED, uma tecnologia que expõe a pele a uma sequência precisa de pulsos, com ondas eletromagnéticas que estimulam a atividade celular.
“Os pacientes costumam referir uma melhora importante das manchas após três ou quatro sessões do procedimento, que também colabora para diminuir linhas finas, cicatrizes, acne, cravos e espinhas”, assinala Denise Bárbara, médica alergista, sócia-fundadora da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia e sócia-colaboradora da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
5 erros que detonam a pele
A adoção de medidas muito simples é extremamente eficaz para a manutenção de uma pele saudável. Relacionamos os erros fatais que contribuem para o surgimento de diferentes problemas, além de comprometer a eficácia dos tratamentos:
1 – Não usar filtro solar;
2 – Não lavar o rosto ao acordar e antes de dormir;
3 – Dormir com maquiagem;
4 – Não usar creme hidratante (mesmo se a pele for oleosa);
5 – Manipular lesões, como cravos e espinhas.
Estrias: atenuar as marcas
Essas indesejáveis cicatrizes, fruto do rompimento das fibras elásticas que sustentam a camada intermediária da pele, não têm cura definitiva. Contudo, tratamentos para suavizá-las não faltam. Peeling, dermoabrasão, luz pulsada, aplicação tópica de ácidos (como o retinoico), tratamentos a laser e infravermelho e microagulhamento, que estimula a produção de colágeno pelo organismo através de microlesões feitas na pele são alguns deles, ainda que os resultados (muitas vezes discretos) levem algum tempo até que comecem a aparecer.
Na gravidez, época que mais favorece o aparecimento desses sinais, as estrias surgem pelo mesmo motivo de qualquer outra: quando a capacidade elástica da pele é sobrecarregada pelo ganho de peso, em especial se repentino, gerando a ruptura das fibras de colágeno e elastina presentes na derme. “O aparecimento de estrias é mais comum no último trimestre da gravidez, mas elas podem se manifestar até mesmo depois do parto, em diferentes espessuras e níveis de intensidade. O problema é mais recorrente em mulheres gestantes muito jovens (as fibras elásticas atingem a maturidade com o passar do tempo), de baixa estatura e baixo índice de massa corporal”, explica Anarosa Sprenger, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.
O fator genético também é preponderante, o que explica o fato de algumas mulheres, que têm a pele mais elástica por natureza, passarem pela gestação ilesas a essas cicatrizes. A barriga e os seios costumam ser as partes do corpo mais suscetíveis ao aparecimento de estrias em grávidas, embora a lateral da cintura, coxa e glúteos também sejam atingidos. Não existe predileção por tipo de pele, mas é sabido que peles menos hidratadas tendem a sofrer mais com o problema. A eficácia do tratamento vai depender das características das estrias. “Estrias avermelhadas apresentam melhor resposta aos tratamentos dermatológicos disponíveis para amenizar e melhorar o aspecto das linhas. Quando brancas, já são cicatrizes definitivas, o que torna as terapias menos eficazes”, afirma Anarosa. No caso das mulheres, todos os tratamentos são indicados somente após a fase de amamentação.
Ressecamento
Uma pele bem cuidada também passa, obrigatoriamente, pela hidratação. Mesmo realizado em casa, o processo deixa a pele mais macia e suave, além de contribuir para uma melhora visível da textura. Efeitos externos como frio, vento e ar seco, somados à água do banho muito quente e ao atrito, favorecem o ressecamento, que pode ainda vir acompanhado de manchas escuras ou esbranquiçadas.
A justificativa para a secura pode estar, ainda, na baixa produção de glândulas sebáceas. Mas a hidratação, um hábito simples que deve ser adotado diariamente, é suficiente para reverter o problema. Ela deve ser realizada após o banho, com produtos cosméticos facilmente encontrados em farmácias e supermercados, de preferência à base de ureia e ácido salicílico, que penetram melhor na pele e facilitam a renovação celular de forma gradual.
Retirar as células mortas
Esse problema pode ser corrigido em consultório médico se o ressecamento for muito intenso, com a realização de esfoliação e aplicação de cremes. Quem quiser fazer em casa deve tomar o cuidado de não escolher um produto muito abrasivo. Uma mistura caseira de açúcar e sabonete líquido, em partes iguais, também é uma alternativa. A esfoliação é um processo que favorece a remoção de células mortas, além de ativar a circulação, e deve ser feito de forma suave e não mais que duas vezes na semana, no rosto e corpo.
Hidratantes à base de glicerina, óleos vegetais e manteiga de karité ajudam em casos mais extremos. “Se houver descamação em demasia, condições como alergias e psoríase devem ser investigadas por um médico dermatologista”, alerta a médica dermatologista Camila Makino Rezende, do Hospital Pequeno Príncipe.
A prevenção do ressecamento é o melhor caminho e começa logo na escolha do sabonete utilizado no banho. A preferência deve ser sempre pelas versões neutras, que são menos agressivas e mais suaves. A água muito quente também compromete a oleosidade natural da pele e favorece a secura, que fica ainda mais acentuada em climas frios como o de cidades como Curitiba, quando a pele perde mais água nas trocas que realiza com o meio ambiente. Outra dica importante é beber ao menos dois litros de água por dia, já que ela é o melhor hidratante natural.