Os cinco looks mais icônicos do estilista Yves Saint Laurent
Marina Mori
01/08/2018 18:33
Foto: Reprodução / Musée Yves Saint Laurent
Yves Sain Laurent é o responsável por muitas peças hoje clássicas no guarda-roupa feminino. Ao longo de toda sua carreira como estilista, foi considerado um revolucionário: trouxe para o universo da mulher tudo aquilo que lhe era proibido em relação aos códigos de vestimenta, se tornou o diretor criativo da Dior com apenas 20 anos e foi o primeiro nome da alta-costura francesa a abrir uma loja de prêt-à-porter de luxo. De smokings risca de giz a jaquetas inspiradas no exército, mostrou às mulheres da década de 1960 novos caminhos possíveis na moda.
Neste 1º de agosto, o designer nascido em Orã, na Argélia, completaria 82 anos. Em homenagem a ele, falecido há uma década, o Viver Bem selecionou os cinco looks mais icônicos de sua jornada.
Vestido Mondrian
Yves Saint Laurent era apaixonado pela arte. Diversas vezes, transmitiu sua admiração por artistas através de peças exclusivas. Talvez a principal delas seja o vestido tubinho de cores primárias – impossível não se lembrar dele ao pensar no estilista. A peça, confeccionada em jérsei de lã sem costuras aparentes, foi uma homenagem de Saint Laurent ao pintor neerlandês modernista Piet Mondrian.
O vestido foi lançado na coleção de outono/inverno de 1965 e é, até hoje, copiado por inúmeras marcas de roupas.
O primeiro smoking feminino
Em uma época em que jamais se pensaria vestir uma mulher com trajes puramente masculinos, Yves Saint Laurent lançou sua peça mais aclamada em 1966: o smoking feminino. Embora seja considerada uma revolução da moda, a novidade, quando surgiu na passarela, não agradou nem um pouco a alta sociedade francesa – apenas uma unidade foi vendida após o desfile da coleção.
Curiosamente, o modelo em risca de giz adaptado à silhueta feminina foi um sucesso na loja da Rive Gauche, o reduto dos prêt-à-porter na França. A clientela jovem adotou os trajes de vez, tornando o smoking de YSL um clássico. A peça não ficou de fora de nenhuma de suas coleções até o ano de 2002.
Conjuntinho monocromático de Catherine Deneuve
O estilista assinou os figurinos da atriz francesa Catherine Deneuve no clássico “A Bela da Tarde”, em 1967. Seu trabalho como foi muito elogiado pelo diretor do filme, Luis Buñuel, por representar com sensibilidade a essência da trama. Na história, a personagem Séverine é uma esposa de classe alta que passa a trabalhar como garota de programa em um bordel de luxo.
O conjuntinho vermelho de saia e casaqueto que a personagem usa no início do filme é um dos looks mais memoráveis do longa. O vermelho vibrante e os elementos sutis (como o fecho de velcro, que, ao ser puxado, produz um som rasgado) transmitem a essência da trama, que luxúria, desejo e violação.
A jaqueta safári
Yves Saint Laurent adorava desafiar os códigos de vestimenta de sua época. Pouco depois de criar o primeiro smoking feminino, ele continuou brincando com elementos restritos ao guarda-roupa masculino para transformá-los em peças comuns às mulheres. A jaqueta safári, ou “saharienne“, é outra criação que não pode ficar de fora desta lista.
O estilista se inspirou nos uniformes militares do Afrika Korps e nas peças utilizadas pelos homens da África Ocidental.
O pai do macacão feminino
A peça única, à época associada apenas aos aviadores, foi revisitada pelo designer e lançada em sua coleção de primavera/verão de 1968. Foi um burburinho só. Era a primeira vez que uma mulher aparecia vestindo um macacão. O modelo, seco e alongado, tornava a silhueta feminina esguia e elegante.
Será que o estilista imaginava que, depois de rabiscar o croqui para a mulher da década de 60, a peça continuaria a ser um “must have” do guarda-roupa feminino em 2018? Conhecendo Yves Saint Laurent a partir de sua relação com a moda, é bem provável que sim.