Franco Caldas Fuchs, especial para a Gazeta do Povo
26/04/2012 03:10
A proximidade do inverno, inclusive, é o período ideal para quem deseja submeter-se a esses tratamentos. Afinal, a partir do outono, a exposição ao sol é menor, beneficiando a cicatrização, assim como, nesse período, incomoda menos o uso de modeladores elásticos, que esquentam o corpo.
>>>Não perca logo mais, a partir das 15 horas, um chat sobre cirurgia plástica com o cirurgião Anacleto Bassetto.
Cinco intervenções, segundo informações da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), são as mais procuradas. Uma pesquisa recente do Instituto Gallup, encomendada pela entidade, apontou que o implante de prótese mamária é a cirurgia campeã entre as brasileiras, feita por 21% delas. Em seguida, vêm a lipoaspiração (20%) e a abdominoplastia (15%). Em quarto e quinto lugar estão a redução mamária (12%) e a cirurgia facial (7%), também conhecida como lifting.
Naturalidade
Apesar de as cirurgias terem propósitos variados, há entre elas um elemento em comum: a busca por um aspecto natural, almejado cada vez mais pelas pacientes. “As mulheres querem estar bem, mas sem que fique evidente a plástica”, diz Anacleto Bassetto, cirurgião plástico e membro da SBCP.
A preocupação é ainda maior na plástica facial, explica o diretor da regional paranaense da SBCP André Auersvald. “Nenhuma paciente quer ficar estigmatizada, a exemplo de celebridades que cometeram exageros. O ideal agora é manter ao máximo as feições originais e não alterar inclusive traços raciais.”
A dona de casa Thelma Barth Ribeiro, 53 anos, exemplifica tais anseios descritos pelos médicos. Aos 50, ela decidiu colocar uma prótese mamária discreta e se submeteu a uma cirurgia facial. “Sempre me senti bonita e confesso que tive medo de perder o rosto que eu tinha! Mas, no fim, fiquei satisfeita. Foi como tirar dez anos da minha aparência, que se adequou ao meu estado de espírito. É duro você sentir toda uma vitalidade e ter uma feição velha”, reflete.
Após fazer um implante mamário e uma lipo, em 2006, a empresária Daniele Koppe, 41 anos, tampouco esperou a idade pesar demais para se submeter a um lifting. “Meu sonho era ter um queixinho, mas tinha receio de mexer no rosto. Quando vi uma mulher que fez plástica no queixo com uma cicatriz mínima, decidi fazer a minha”, conta. Nessa cirurgia feita em 2010, ela também teve o nariz afinado e as pálpebras levantadas. “Foi como voltar a ter o rosto de menina que era meu”. Hoje, não é raro dizerem que ela e seu filho Lucas, 12, parecem irmãos, e não mãe e filho.
Orgulho
Com os avanços dessa área médica e a sua popularização, cada vez mais as brasileiras perdem o medo da plástica. “Antes era um tabu a pessoa assumir que fez, enquanto hoje muitos gostam de falar sobre isso”, diz Auersvald.
A empresária Rosana Gueber, 38, que se submeteu a uma miniabdominoplastia e colocou uma prótese de silicone, concorda. “As mulheres fazem o que for preciso para se embelezar e conversam muito sobre o assunto. Depois que fiz minhas cirurgias, várias amigas quiseram saber como foi e depois se operaram também.”
Prótese de mama
A introdução de prótese de silicone sob o tecido mamário tem como objetivo aumentar o volume e melhorar a forma. A cirurgia deve ser discutida com o cirurgião, levando em conta a harmonia do seio em relação ao corpo.
Operação O tempo da cirurgia varia entre uma hora e meia e duas horas e a anestesia pode ser geral ou local. A paciente permanece internada por 12 horas, podendo receber alta até com 4 horas de pós-operatório.
Riscos O risco de rejeição do silicone é minimizado com o uso de próteses texturizadas ou de poliuretano.
Recuperação Em situações normais, a dor, no período pós-operatório, não é excessiva. A cicatriz pode se localizar na aréola, no sulco submamário ou na axila. A paciente deve evitar fazer exercícios físicos por 30 dias e precisa usar um sutiã elástico por 180 dias. A exposição ao sol é liberada após 30 dias e com o uso de filtro solar fator 20.
Custo De R$ 8 a R$17 mil.
Fontes: cirurgiões plástico Anacleto Bassetto e André Auersvald.
Lipoaspiração e abdominoplastia
Lipoaspiração é a retirada do excesso de gordura através de um aparelho de sucção ou seringas.
A abdominoplastia é a plástica do abdome, em que o excesso de pele e gordura abaixo do umbigo é ressecado e a flacidez dos músculos é reduzida. Geralmente associa-se a lipo à abdominoplastia, para melhorar os resultados e acomodar melhor a cicatriz. A lipo e a abdominoplastia oferecem melhores resultados quando a paciente está próxima do seu peso ideal. Em especial, a plástica no abdome é indicada para mulheres que decidiram não ter mais filhos.
Operação Na lipo e na abdominoplastia, o tempo de duração da cirurgia pode variar de uma a três horas, em média. A anestesia em ambas pode ser geral, peridural ou local, e depende das condições da paciente. Na lipo, a internação dura de 12 a 24 horas, enquanto na abdominoplastia varia entre 24 e 48 horas.
Riscos Em ambas cirurgias, fumantes apresentam risco maior de desenvolver embolia pulmonar.
Recuperação Na lipo, as cicatrizes são pequenas, enquanto na abdominoplastia ela se localiza acima da pube e ao longo da linha do biquíni. Nessa última, há também uma cicatriz na região do umbigo, que é transplantado e, se necessário, remodelado. Na lipo, a paciente deve evitar atividades físicas por no mínimo sete dias, e usar um modelador elástico por dois meses. Na abdominoplastia, é preciso evitar exercícios por um mês e usar o modelador por três meses. Em ambas, a drenagem linfática é usada para diminuir inchaços e melhorar a circulação.
Custo Lipo, de R$ 7 mil a R$ 16 mil. Abdominoplastia, de R$8 mil a R$ R$ 18 mil.
Fontes: cirurgiões plástico Anacleto Bassetto e André Auersvald.
Cirurgia facial
Também chamada pelo nome de lifting (levantamento, em inglês) ou rejuvenescimento facial, a depender do paciente essa cirurgia pode tratar em conjunto: bochechas, papada, pálpebras, testa, sobrancelha e nariz. A pele é descolada, a musculatura é reposicionada e são removidos excessos de pele e bolsas de gordura. As intervenções duram em média de 5 a 10 anos e, após a primeira operação, as outras tendem a ser menores. Entre 40 e 50 anos, a paciente pode fazer a cirurgia, caso seja indicada pelo médico.
Operação A cirurgia leva de 3 a 6 horas, com anestesia local ou geral. A internação pode levar de 24 a 48 horas, dependendo do número de intervenções.
Risco Fumantes correm o risco de sofrer trombose e necrose dos tecidos.
Recuperação O nível de dor é subjetivo e pode ser controlado com anestésicos. As cicatrizes, pouco perceptíveis, são feitas em geral em dobras naturais da pele. Em até 15 dias, a paciente está apta a voltar às suas atividades normais.
Custo De R$9 mil a R$ 22 mil.
Fontes: cirurgiões plástico Anacleto Bassetto e André Auersvald.
Fique atento
Cuidados
Não basta apenas querer fazer plástica. É preciso, primeiro, estar preparada física e psicologicamente para que a operação tenha bom resultado, assim como é preciso buscar um cirurgião capacitado, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
O cadastramento do médico junto a esse órgão pode ser checado pelo site www.sbcp-pr.org.br. “A pessoa deve buscar referências e desconfiar de preços muito baixos, pois isso costuma relacionar-se a restrições na qualidade dos procedimentos”, diz o cirurgião André Auresvald. Fazer mais de uma plástica por vez é algo a se evitar também, pois isso aumenta o tempo da cirurgia e consequentemente os riscos, principalmente em pessoas mais velhas e acima do peso.
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Serviço:
Fotos: Mel Gabardo
Agradecimento: Estúdio de fotografia Omicron, Rua Padre Germano Mayer, 2.200, Hugo Lange, fone (41) 3252-1093 e www.omicronestudio.com.br.