Chamadas ingenuamente de Ana e Mia por adolescentes que sofrem de distúrbios alimentares, a anorexia e a bulimia foram relacionadas em Madri à busca por um padrão de beleza inatingível. Segundo a psicóloga Denise Heller, o diagnóstico da anorexia é mais fácil já que a perda acentuada de peso não pode ser escondida. A bulimia, no entanto, é mais difícil de identificar: suas portadoras, em geral, apresentam peso normal e, às vezes, até um sobrepeso. “A bulimia, porém, não é menos prejudicial que a anorexia e os comportamentos de purga nela envolvidos podem causar danos irreversíveis para o organismo, como câncer no esôfago”, alerta Denise.
De acordo com ela, alguns sinais podem revelar as duas doenças. A distorção da imagem corporal, o medo mórbido de engordar e atitudes como esconder a comida, levantar durante as refeições, pedir para comer no quarto, usar várias roupas sobrepostas para disfarçar a magreza e cortar os alimentos em vários pedacinhos podem sinalizar a doença aos pais.
Já as pessoas com bulimia fazem freqüentemente dietas restritivas, apresentam episódios de superalimentação – provocados por estresse e períodos de jejum – seguidos de vômito, provocado pelo sentimento de culpa. “As mãos das bulímicas geralmente têm unhas curtas e estão feridas pela prática de colocá-las na boca para provocar o vômito, o que também causa desgaste no esmalte dos dentes”, relaciona Denise.
A nutricionista Eda Maria Arruda Scur diz que o principal obstáculo no tratamento da anorexia e da bulimia é o tempo que leva até os medicamentos e a psicoterapia surtirem efeitos.
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