A arte de vestir: Andrea Nero lança Coleção Inverno 2016 em Curitiba
Katia Michelle, especial para Gazeta do Povo
21/06/2016 12:38
Obras de artistas brasileiros, incluindo do ator Alexandre Nero, irmão da produtora, estampam as peças da nova coleção. Fotos: Rodrigo Zorzi/divulgação
Contar histórias é uma arte. Vestir também. Andrea Nero gosta das duas vertentes. Tanto que usa o recurso no site da Pignon Noir para falar de como surgiu a marca: “Há muitos e muitos anos, dois irmãos gêmeos anões albinos aborígenes, estavam cansados de ser motivo de chacota dos clãs de Kununurra, na Austrália…” O storytelling divertido continua, mas a verdade é que ela, acostumada a trabalhar com arte independente, queria levar a criação de artistas que admira para outros lugares, incluindo o corpo (seu e dos outros). Por isso, criou a Pignon Noir – Arte que se veste.
Da história familiar contada no site, sobra o fato – mera coincidência – dela ter escolhido textos do irmão, o ator e músico Alexandre Nero, para ilustrar algumas das camisetas da marca. Frases divertidas e irônicas, algumas postadas por ele nas redes sociais, ganharam as camisetas, como: “O beijo é a maneira mais gostosa de mostrar a língua para sociedade”; “Te amo. Quando nos encontramos, somo plural: Tes amos” e “Me Salva. Me Saliva”, essa última faz parte da Coleção Inverno 2016.
Sobre ter as frases estampadas em camisetas, Nero falou com exclusividade ao Viver Bem: “Eu sempre gostei de usar roupas diferentes, mas nunca tive dinheiro”, brinca. Sobre a relação entre moda e exclusividade, o sucesso o deixou cauteloso, já que como celebridade chama atenção em todos os detalhes, até os que desconhece. “A repercussão acaba sendo muito grande, principalmente na internet, então evito usar peças muito exóticas”, diz o ator, que está em Curitiba ensaiando um espetáculo que, justamente, tem o sucesso – e suas idiossincrasias – como tema.
Nero não é o único artista a estampar as peças da Pignon Noir. Alexandre Eschenbach, Cadumen, Fabiana Shizue, Gi Marcondes, Guga Rocha, Ju Violeta, Priscila Prade, Vermelho Steam também assinam estampas da marca. E agora, pela primeira vez, um artista plástico curitibano se junta ao time: Claudio Celestino Dimas. Ele vai pintar “ao vivo” um quadro durante o lançamento da coleção, cuja estampa vai compor as próximas peças da marca.
A loucura de cada um
A Pignon Noir nasceu da observação inquieta de Andrea Nero sobre o processo criativo dos artistas. Produtora cultural e documentarista, ela começou há dois anos a produzir um documentário independente sobre a criação artística. O curta “A loucura de cada um” é baseado no processo criativo dos artistas Alex Eschen e Paulo Vicente. As imagens já foram captadas e agora o filme está sendo finalizado.
No processo de captação, no entanto, surgiu a ideia de deixar a arte mais democrática. “Por isso, decidi colocar essa arte em camisetas, para fazer com que ela circulasse”, conta. No conceito da marca, inclusive, está a defesa que a moda transforma o corpo em outdoor, uma parede, uma tela, onde é possível manifestar a personalidade. “É um espaço privado urbano, que circula pelo mundo real e virtual”, defende Andrea.
As primeiras peças da marca surgiram com a coleção Nerótico, com frases de Alexandre Nero, além de peças com estamparia de nove artistas plásticos. As camisetas e vestidos são feitas em malha e confeccionadas em Curitiba. As vendas são realizadas pelo site, mas Andrea, que decidiu morar entre São Paulo e a capital paranaense, já fechou quatro pontos de venda na capital paulista.
Em Curitiba, ela faz pela primeira vez um evento de lançamento. Além das peças da coleção, obras dos artistas envolvidos estarão expostas. O evento acontece amanhã (22 de junho), com a presença dos artistas.
SERVIÇO:
Lançamento da coleção Inverno 2016 da Pignon Noir – Arte que se veste, no 351 Café & Arte, Rua São Francisco, 50, das 18h30 às 22h30. Entrada franca. Vendas pelo site http://www.pignonnoir.com.br/.