Moda e beleza

Aniversário de Coco Chanel: veja 5 heranças que ela deixou para moda

Marina Mori
19/08/2018 12:00
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Mademoiselle Gabrielle Chanel completaria 135 anos, se estivesse viva. Foto: Reprodução / Pinterest

Há exatos 135 anos, Gabrielle Bonheur Chanel nascia em Saumur, França. Pouco menos de duas décadas depois, o mundo da moda seria revolucionado de forma permanente com as criações de Mademoiselle Coco. O Viver Bem elencou cinco heranças da designer para a moda em homenagem a este 19 de agosto, dia de seu aniversário.

1 – Hi-Lo

Em uma sociedade onde imperavam tecidos luxuosos, como a seda, Chanel teve a ousadia de usar o jérsei – antes usado apenas em roupas íntimas – em vestidos e casacos. Ao aplicar a malha, um elemento da “massa”, em peças de alta costura, ela concedeu às futuras gerações não só o direito de se libertar dos trajes desconfortáveis como o de romper com alguns padrões, segundo Daniela Nogueira, professora de história da indumentária do curso de Design de Moda do Senai-PR.
“As pessoas perceberam que um material muitas vezes mais ordinário, quando bem feito e bem modelado com bom gosto e simplicidade, pode se transformar em algo extraordinário“. Chanel criou o conceito de hi-lo (quando há, em um look, a mistura de peças caras com outras mais baratas), mesmo sem utilizar a palavra.
O termo ganhou força principalmente a partir da década de 1990 e segue até hoje. É graças à Mademoiselle Coco, afinal, que você sai de casa vestindo uma blusa de paetê com calças jeans e não vê problemas nisso.
Coco Chanel em um vestido de jérsei. Foto: Reprodução / Pinterest
Coco Chanel em um vestido de jérsei. Foto: Reprodução / Pinterest

2 – Minimalismo

Órfã de mãe, Chanel foi abandonada pelo pai aos seis anos de idade na porta de um convento. Os resquícios da infância pobre e solitária se refletiram, anos depois, em todas as suas criações. A sobriedade do convento, associada aos trajes em preto e branco das freiras, produziu uma simplicidade austera. “Esse cenário minimalista vai ser transformado em essencialidade dentro do trabalho dela”, aponta Nogueira.
Quando pensamos na cartela de cores de um look Chanel, o preto e o branco vêm bate-pronto à mente. Mas não só. Basta um olhar de retrospectiva às primeiras criações da estilista para perceber o minimalismo em todos os aspectos, a compeçar pelo chapéu coco.
“Ela usou o recalque do ‘não ter’ ao seu favor”, conta a professora de história da moda, referindo-se à insistência da estilista em participar da alta sociedade francesa mesmo não tendo posses. “Ela enfeitou um chapéu muito simples, do povo trabalhador, com flores. E, pela primeira vez na história, a personalidade se tornou suficiente para complementar uma roupa”.
Foto: Douglas Kirkland - Sygma Corbis / Reprodução site oficial Chanel
Foto: Douglas Kirkland - Sygma Corbis / Reprodução site oficial Chanel

3 – Calça pantalona

Foi por causa de Chanel que as mulheres trocaram as saias por calças no início da década de 1920. Há quase 100 anos, uma irreverente Gabrielle jogou para o alto as regras de que algumas peças precisam ser essencialmente masculinas. Apareceu vestindo pantalonas de uma forma despojada e criou um item de estilo reproduzido em confecções do mundo todo.
Foto: Reprodução / Pinterest
Foto: Reprodução / Pinterest

4 – Tailleur

É impossível falar de Chanel e não citar seu tailleur de tweed. “A jaqueta Chanel é uma peça masculina que virou tipicamente feminina. Tornou-se um símbolo absoluto de elegância feminina descontraída atemporal”, diz Karl Lagerfeld, diretor criativo da maison, em um dos vídeos que compõem a websérie Inside Chanel.
Mais uma vez, a estilista rompe com um padrão enraizado e retira elementos do universo masculino – em especial o tweed, usado nos uniformes da corte britânica – para oferecer novas possibilidades ao corpo feminino. Com modelagem reta e fluida, forro de seda, quatro bolsos e botões que mais parecem joias, o tailleur Chanel é considerado uma obra-prima.
Foto: Douglas Kirkland / Reprodução site oficial Chanel
Foto: Douglas Kirkland / Reprodução site oficial Chanel

5 – Bijuterias

A falta de dinheiro nunca impediu que Gabrielle fizesse parte da alta sociedade. Esta característica, aliás, talvez seja a principal responsável pelo que Chanel construiu e revolucionou ao longo de seus 87 anos. Quando não podia comprar suas próprias joias, ela passou a usar bijuterias com a mesma elegância de alguém coberto de pérolas verdadeiras.
“Ela mostra que a mulher é sua própria ocasião. Já que ninguém fez por ela, ela faz por ela mesma”, diz Nogueira.
Foto: Reprodução / Pinterest
Foto: Reprodução / Pinterest
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