Chapinha, secador e alimentação: o que ajuda ou atrapalha na beleza dos cabelos
Flávia Alves, especial para a Gazeta do Povo
06/05/2018 18:00
Chapinha e química em excesso são alguns dos vilões da saúde do cabelo. Foto: Bigstock.
Muita gente costuma culpar as estações do ano por estragos no cabelo — antes disso, porém, é preciso avaliar: como você tem tratado seus madeixas ao longo do ano?
Quando o assunto é cabelo sem vida, os grandes vilões são as químicas. Tintura, descoloração e alisamento além de danificarem os fios geralmente são responsáveis por comprometer o folículo piloso, causando queda por quebra ou morte. Para contornar o problema, a dica é realizar os procedimentos sempre com profissionais qualificados e usar produtos de qualidade.
Espaçar as aplicações o máximo possível, evitar a combinação de técnicas e fazer a aplicação não tão próxima ao couro cabeludo também ajudam.
O secador e a chapinha também representam um grande perigo, por isso devem ser usados com moderação e sempre aliados a produtos ativados pelo calor. O secador deve ser mantido a uma distância de pelo menos 30 centímetros dos fios, enquanto a chapinha deve ficar distante um centímetro e meio do couro cabeludo.
Para quem faz alisamento, alguns cuidados podem fazer toda a diferença. O primeiro deles é verificar o produto a ser utilizado. Atualmente são três substâncias aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): o tioglicolato de amônia, hidróxidos e guanidina. O formol é proibido em qualquer concentração, pois tem alto poder carcinogênico, ou seja, pode causar diversos tipos de câncer, além de causar alergia e contribuir para a morte precoce dos fios de cabelo.
Outra recomendação é sempre usar o mesmo alisante, já que os tipos podem ser incompatíveis e levar à quebra. Se os cabelos forem descoloridos ou tiverem luzes em mais da metade, a quebra também pode ocorrer, por isso é sempre bom fazer o alisamento com profissionais.
E por fim, evite a aplicação do produto muito próxima à raiz, para que não cause alergia no couro cabeludo ou comprometa os folículos pilosos, ocasionando queda.
Tratamento e origem
Antes de iniciar cuidados, seja em casa ou profissionais, é importante fazer uma análise da saúde dos fios para avaliar a extensão dos danos e as suas possíveis causas. Os casos de queda, por exemplo, podem ter vários fatores que vão além das agressões externas, como hipotireoidismo, pós-parto, deficiência de ferro, uso de medicamentos e até mesmo estresse. “Por isso é sempre importante procurar um dermatologista, que fará a observação clínica e pedirá exames de sangue para dar um diagnóstico preciso”, afirma a médica dermatologista Vanessa Dallolmo Ottoboni, da Clínica Ottoboni.
Apesar de alguma queda ser comum — a média considerada normal é de 100 fios por dia — muitas vezes o que falta para os fios são vitaminas e minerais:
“Para o organismo, cabelos e unhas são supérfluos, por isso quando estamos com alguma deficiência os primeiros a sentirem são eles, já que os nutrientes vão para outras partes do corpo mais importantes”, explica o médico tricologista Alisson Czech.
O ideal é que estes nutrientes sejam adquiridos por meio de uma alimentação equilibrada e rica em ferro, mas nem sempre isto é possível. Segundo Flávia Basilio, dermatologista mestre em medicina interna com foco em alopécia, atualmente há ótimas opções de suplementos e de medicamentos de uso tópico e oral, mas todas devem ser usadas sob recomendação e supervisão médica. “A suplementação inadequada e excessiva pode causar hipervitaminose. Há inclusive casos de queda por excesso de vitamina A”, alerta.
Para ajudar na recuperação, a hidratação é fundamental. Atualmente existem máscaras formuladas a partir da necessidade individual de cada paciente, segundo Vanessa. Mas há também ótimas opções prontas disponíveis no mercado. A dica é hidratar cabelos muito danificados semanalmente ou até mesmo duas vezes na semana, quando eles têm química. E em todos os casos, atenção na hora de retirar o produto: o excesso pode causar danos e queda.
Usar o xampu e o condicionador certos para o tipo de cabelo também ajuda. E sempre fica a dúvida: pode-se lavar o cabelo todos os dias? A resposta depende muito do tipo de cabelo ou da oleosidade do couro cabeludo. Se os fios são oleosos, não hesite em lavá-los sempre que achar necessário. Mas evite banhos quentes e sempre enxágue bem.
Cortar deixa o cabelo mais “forte”?
Segundo os dermatologistas, é mito que o corte fortalece os cabelos, já que ele não é capaz de alterar a estrutura dos fios. Ele apenas retira as pontas, que geralmente são as partes mais fracas e danificadas, o que dá a sensação de que o cabelo ficou mais volumoso e saudável.
Muitas vezes o que separa cabelos finos e que teimam em não crescer de cabeleiras dignas de comerciais de xampu são os genes. A espessura dos fios é determinada geneticamente, então se seus familiares têm um cabelo “ralinho” a tendência é de que você também tenha. Isto serve para o comprimento, que tem relação com a idade do cabelo. A fase anágena, que corresponde ao crescimento ativo, pode durar de três a seis anos, variando de pessoa a pessoa.
Outro fator de grande influência é o envelhecimento. Com o passar do tempo o número de fios vai diminuindo naturalmente, assim como o seu calibre. O brilho também vai se apagando com os anos, principalmente após a menopausa, por causa da queda dos hormônios.