Balanço: 3ª edição do ID Fashion sugere moda mais colaborativa
Marina Mori
04/10/2017 14:00
A terceira edição do evento ID Fashion, promovido pela FIEP em parceria com o Sebrae, teve como tema principal a colaboração entre marcas e produtores. Foto: Letícia Akemi / Gazeta do Povo | Gazeta do Povo
O futuro da moda é a colaboração. Esta foi a principal mensagem transmitida às mais de 3.500 pessoas (estimativa de público) que passaram pelo ID Fashion nos dias 28 e 29 de setembro. O evento, que ocorreu no Pavilhão do Sistema Fiep, mostrou que o trabalho em conjunto é essencial para o crescimento do setor têxtil.
Não à toa, a terceira edição do ID Fashion foi batizada de “colab”. A colaboração apareceu em todo lugar, da parceria entre a Fiep e o Sebrae (responsáveis pelo evento) às associações entre estilistas, fornecedores e produtores de moda ao longo dos 17 desfiles que lotaram os 500 lugares da catwalk – um aumento de 150 assentos em comparação às outras edições, realizadas no Museu Oscar Niemeyer.
O evento cresceu: teve um aumento de 30% no orçamento para aumentar a carga horária (o dobro da primeira e segunda edições).
Estreias na passarela
Algumas marcas estiveram nas passarelas do ID Fashion pela primeira vez: H-AL, Be Little, Manhood, Taquion, Dona Fina e Marli Puertas e também a considerada geração de novos talentos – Arbol, Projeto 01 e Sassy.
Reptilia, Novo Louvre, Vale da Seda, Jacu, Veine, Leveza do Ser e Garota Chic já haviam participado em edições anteriores.
Entre as tendências, muita transparência, fluidez e modelagens soltas:
Inspirações na literatura
Conhecida pelas cores sóbrias e franjas de cetim desde as primeiras peças, lançadas há cinco anos, a Reptilia trouxe para a passarela uma coleção diferente da que o público estava acostumado.
Inspirada na leveza, da obra “A Insustentável Leveza do Ser“, de Milan Kundera, a estilista Heloisa Strobel Jorge, 31, investiu na transparência e na modelagem solta em tecidos fluidos como viscose e seda pura. O equilíbrio leve-pesado (paradoxo que permeia todo o livro) ficou por conta dos acessórios – maxi colares e brincos unilaterais em tons vibrantes.
O estilista Enéas Neto, 37, do Vale da Seda, contou uma história de 300 anos através de 10 looks inspirados na obra “Orlando”, de Virgina Woolf. As primeiras peças transmitiam um mundo quase místico, com vestidos longos e saias amplas, e depois ganharam ares de elegância e realeza em rufos e golas pregueadas.
O verde musgo e o açafrão, tons que marcaram o desfile, foram obtidos através de tingimento artesanal com espinafre e casca de cebola. O trabalho foi feito pelo O Casulo Feliz.
See now, buy now
Viu na passarela e quer levar para casa? Você pode. O conceito do “veja agora e compre agora” não é novidade, mas está cada vez mais presente no mercado da moda.
Repetindo o modelo da segunda edição, em 2016, desta vez o público também teve a chance de tocar, provar e adquirir no showroom da área Living Lab & Store as peças desfiladas.
Além dos desfiles, o público teve a oportunidade de se aproximar dos processos e reflexões sobre a indústria da moda através das áreas User Experience, onde era possível participar de maquiagens, concurso fotográfico e sessão de fotos, e das rodas de conversas – batizadas de ID Talks.
Entre os temas, questionamentos sobre novas formas de criar e de movimentar a moda.