Para as produções reais, casacos longos, blazers e casaquetos, acompanhados de shortinhos e saias rodadas.
Quando nada é o que parece ser e as roupas não têm lá muito a ver com as que estão nos guarda-roupas convencionais, muito provavelmente se está diante de uma coleção conceitual. Falar em abstração na moda é forte demais. Mas, como na arte, há trabalhos autorais. E foi esta a marca dos desfiles da segunda-feira (23) na São Paulo Fashion Week, que acontece até esta terça-feira na Bienal, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo.
O dia começou com a estilista Glória Coelho anunciando o fim do mundo. Um apocalipse sofisticado, em tons próximos à pele, muita transparência e corpo à mostra. Por cima de tecidos finos, botões, cristais ou um casaco superelaborado, de frisos marcados.
Para as produções reais, casacos longos, blazers e casaquetos, acompanhados de shortinhos e saias rodadas.
Para as produções reais, casacos longos, blazers e casaquetos, acompanhados de shortinhos e saias rodadas.
Já João Pimenta trouxe para a passarela homens de saias. Não que ele pense ser esta uma moda possível para as ruas. Portanto esqueça as saias — elementos praticamente cênicos — e preste atenção aos blazers e casacos, inspirados no século 19. A coleção teve peças muito bonitas em tecelagem rústica, contrapostas com outras em jacquard.
Destaque para as roupas em alfaiataria, que viraram objeto de desejo ate entre as mulheres.
A Maria Bonita, por sua vez, fez uma visita ao Norte do país e resolveu misturar renda aos casacos pesados e aveludados. Com uma linha mais minimalista, a marca reforça a silhueta reta, descolada do corpo e a cartela de cores baseada em ocres.
Entre os pontos fortes, as intervenções de renda feita em canutilhos, o efeito-pelúcia criado com tricô escovado e os acessórios artesanais, como as bolsas de artesãos do Norte do Brasil, e os oxfords em trece e salto.
A Uma veio com formas amplas e confortáveis. Entre as cores, preto, cinza, vermelho e tons de areia. O desfile contou com algumas participações especiais, entre elas a performer e dramaturga paranaense, com renome internacional, Denise Stoklos.
Para encerrar a noite, o desfile-show de Lino Villaventura. Inspirado em Francis Bacon, o estilista fez uma coleção de roupas dramáticas, muito sensuais, que revelam seu apreço pelo trabalho manual, pelo bordado, pela manipulação do tecido. Looks cobertos de cristais e miçangas arrancaram aplausos durante a apresentação.
Show
Meio ano depois de ter desfilado para a Colcci, o ator norte-americano Ashton Kutcher compareceu ao desfile da marca na São Paulo Fashion Week, no domingo à noite, só que sentado na primeira fila. Sua contribuição para a moda? A parka militar da coleção que usava.
Enquanto isso, na coleção, uma referência aos anos 1980 e o descarte quase que definitivo das saias longas do verão. A boa notícia é que vieram outras saias. Plissadas, lápis, na linha dos joelhos, em tecido e couro.
Para esta terça-feira estão agendados os desfiles da Neon, Fernanda Yamamoto, Alexandre Herchcovitch masculino, Amapô e André Lima.
*A jornalista viajou a convite do evento.
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