Não adianta fugir. O maior vilão dos cabelos, no inverno, está bem acima da sua cabeça: a água quente. E, como se não bastasse isso, tem também o vento frio e o intemperismo, além da chapinha e do secador, eternos inimigos da saúde dos fios.
A influenciadora de cabelo Rayza Nicácio conta que sente a diferença com a mudança de estação. “No inverno fica ainda mais seco e por conta disso perde o brilho e até a definição.” Stefanine Eze, vencedora do reality de cabelo da Pantene, diz que “apesar de ter o cabelo muito forte”, também nota algumas mudanças. No caso dela, o cabelo colorido precisa de uma atenção redobrada.
Mas, se o frio é tão cruel assim com o cabelo, como manter a cabeleira saudável e brilhosa? O cabeleireiro Marco Antônio de Biaggi e a consultora de beleza Tereza Martins dão dicas de como driblar o ressecamento e como manter os fios saudáveis sem muitos esforços.
Confira sete dicas de técnicas e produtos que podem ajudar os fios nesse inverno:
1 – INTERCALAR SHAMPOOS
A água quente tem um efeito extremamente adstringente no cabelo. É só pensar, por exemplo, no que fazemos para lavar uma panela que estava com óleo: jogamos água fervendo para que a gordura se solte. O mesmo acontece com o cabelo, que perde sua oleosidade natural.
O cabeleireiro Marco Antônio de Biaggi explica que essa limpeza proporcionada pela água quente, somada ao uso de um shampoo adstringente, pode causar um ressecamento dos fios. “Uma dica que dou é intercalar uma lavagem com shampoo transparente com outra com shampoo leitoso”, explica.
Para os cabelos cacheados, a técnica de cowash (um creme que limpa e hidrata ao mesmo tempo) é indicada nessa época do ano. Tereza Martins, visagista e consultora da AMT Assessoria de Beleza, explica que a prática resseca menos os fios. “O cabelo cacheado tem a dificuldade natural da oleosidade chegar nas pontas por conta da ondulação, por isso precisa de ainda mais atenção.”
A cacheada Rayza Nicácio, que assina uma linha de produtos com a Seda, indica o uso de um shampoo hidratante, pensados “para os cabelos que precisam de hidratação e reposição dos óleos.”
2 – ÁGUA FRIA FAZ BRILHAR
Embora pareça loucura de se realizar no inverno, fazer o último enxágue com água fria pode mudar a aparência dos fios. A técnica é adotada por Marco de Biaggi no cabelo de suas clientes e ele explica o motivo: a água gelada sela as cutículas do cabelo, preserva a hidratação e deixa o fio mais brilhoso.
A dica é usar uma caneca ou o chuveirinho e enxaguar o cabelo jogando a cabeça para frente, para que a água não caía no corpo. Não precisa ser exatamente água congelando, morna ou em temperatura ambiente também funciona.
3 – JÁ OUVIU FALAR EM UMECTAÇÃO?
A técnica consiste em aplicar óleos vegetais no cabelo seco (e sujo). Tereza Martins explica que o processo “devolve a oleosidade natural do fio e ajuda a ativar a oleosidade do couro cabeludo”. Os óleos favoritos são os de coco, de argan e mesmo o azeite de oliva: o importante é ser vegetal.
Biaggi conta que a técnica é antiga e pode ser usada mesmo por pessoas com o cabelo oleoso, uma vez que os óleos “limpam” a oleosidade do cabelo, só é preciso se atentar às propriedades de cada óleo (o de alecrim, por exemplo, é um óleo adstringente).
Com o cabelo seco, espalhe o óleo pelo comprimento do fio e deixe agir por, pelo menos, uma hora. O ideal é utilizar uma touca de banho, para potencializar a ação com o calor natural do couro cabeludo. Quem tem pouco tempo durante o dia pode fazer durante a noite e dormir com o óleo no cabelo. Depois, lave e enxágue normalmente, usando shampoo e condicionador (ou máscara) para selar os fios.
4 – MÁSCARAS POTENTES!
Para ajudar na reposição dos nutrientes o ideal é escolher uma máscara que seja enriquecida com óleos e vitaminas. Biaggi explica que existe uma nova geração de máscaras que, inclusive, podem substituir o uso de condicionadores (cuja função principal é nutrir e selar o fio).
Tereza acrescenta a importância de, independente da época do ano, estudar os tipos de máscara e escolher aqueles específicos para cada tipo de cabelo. A atenção deve ser redobrada com os cabelos cacheados, que precisam de mais hidratação naturalmente.
Se você não quer comprar uma máscara nova ou já tem uma máscara boa em casa e quer turbiná-la, Stefanine, embaixadora da Pantene no Brasil, dá a dica: acrescentar uma colher de sopa de seu óleo favorito. A influenciadora também indica o uso de ampolas de reconstrução para um tratamento de choque, para quem não tem muito tempo de hidratar os fios diariamente.
5. CAPRICHE NO “LEAVE IN”
Nem todo creme de pentear é um “leave in”, mas a maioria dos “leave in” podem ajudar a desembaraçar os fios. É importante ressaltar que existem algumas diferenças.
O “leave in” tem uma textura leve e é usado para alinhar os fios, deixando-os hidratados e sem frizz. Basicamente têm o mesmo papel do condicionador, mas não precisam ser tirados do cabelo.
Biaggi explica que o produto é extremamente popular no exterior e aposta que em breve as brasileiras vão aderir à moda. “O condicionador tradicional desapareceu das prateleiras europeias. Agora o que se usa é uma máscara poderosa e o ‘leave in’ para finalizar”.
Para os cabelos cacheados, é válido investir em uma finalização com cremes próprios. Stefanine conta o segredo para manter os cachos no lugar mesmo com o vento: “Quando quero mais definição, passo um pouco mais de creme porque antifrizz, que dá um peso maior e não tira o fio do lugar com qualquer ventinho.”
6. PROTETORES TÉRMICOS
Para quem não abre mão do secador, do difusor ou da chapinha, existe um produto indispensável: os protetores térmicos. Alguns “leave in” já apresentam protetores na composição, mas se esse não for o caso, procure comprar um que se adeque à sua rotina.
Por exemplo, se você costuma secar o cabelo logo após a lavagem, vale usar um em creme. Se só faz uma escova ou usa a chapinha com o cabelo seco, no dia seguinte, por exemplo, invista em um protetor em óleo.
7. PONTAS DUPLAS
Melhor eliminar cabelos ressecados, quimicamente tratados ou que sofre o uso constante de secador e chapinha podem apresentar pontas estouradas, que se partem ao meio e dão origem às famosas pontas duplas.
Para Tereza, usar produtos específicos pode ajudar mas não cortará o mal pela raiz (literalmente): nada substitui a tesoura. “Algumas pessoas têm medo de cortar e, ironicamente, o cabelo não sai do lugar. É porque o cabelo chega em um determinado ponto e quebra e estaciona naquele comprimento.”
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