Moda e beleza
A “quadra dos outlets” no centro de Curitiba que vende peças até 70% mais baratas
Começo da rua Voluntários da Pátria, próxima a praça General Osório, na quadra que dá início aos outlets (Priscila Forone / Gazeta do Povo / Arquivo) | GAZETA
A rua Voluntários da Pátria, na região mais central de Curitiba, guarda um segredo fashionista. Na quadra localizada entre a praça General Osório e a rua Emiliano Perneta, escondem-se lojas outlets de marcas conhecidas, com peças em desconto ou promoção, capazes de encantar qualquer adepto dos shoppings — a praia do curitibano, mas sem a iluminação artificial e o estacionamento pago.
Com coleções exclusivas ou mesmo peças de coleções antigas, a diversidade de opções é grande. Também variam os preços, tornando a rua ainda mais atraente a quem busca por presentes ou renovar o guarda-roupa.
Embora sejam as mesmas peças encontradas nas lojas tradicionais, a Schooner da Voluntários da Pátria, localizada em um ponto mais próximo da rua Emiliano Perneta, consegue oferecer peças a valores de 30% a 70% menores.
De acordo com José Ricardo de Souza, gerente da loja, o desconto maior é esporádico, dependendo do período do ano e das promoções, mas a diferença de preços com relação às lojas tradicionais se mantém, em média, em 30% ao longo do ano.
Um exemplo é a camisa, de uma coleção exclusiva para o outlet, que custa R$ 89,90 — preço mais em conta que em peças similares nas lojas da marca localizada nos shoppings.
Seguindo a rua em direção à praça Osório, no lado direito da via o consumidor se depara com a marca catarinente Damyller. Por mais que não seja uma loja outlet na rua, o espaço recebe um público fiel, que já conhece a marca, e que sempre encontra promoções programadas ou preços reduzidos em algumas peças.
“Temos promoções em três momentos do ano. Janeiro, julho e novembro, quando passamos o mês todo com descontos. O preço, em geral, é tabelado com as demais 130 lojas filiais da marca”, explica Giovani Padilha, gerente do local.
Ainda assim, das peças com valores reduzidos, é possível encontrar algumas opções, como a camisa masculina, ao valor de R$ 179.
Ao atravessar a rua, a Polo Royal Outlet comercializa roupas e calçados masculinos, femininos e infantil.
Os valores das peças encontradas por lá costumavam ser ainda mais baratas em relação às lojas conceito, segundo Juliana de Matos, coordenadora do local. Agora, com algumas mudanças na marca, os valores tendem a ser mais próximos — embora o outlet ainda seja mais vantajoso ao consumidor.
“Aqui a pessoa encontra coleções antigas, mas também peças iguais às lojas conceito. Estamos com os preços reduzidos em algumas peças e promoções da liquidação de inverno. Os coletes, feminino, masculino e infantil, por exemplo, estão por R$ 49,90 cada. E os tênis, qualquer um deles, dois pares saem por R$ 199,90”, exemplifica Matos.
Além de roupas e calçados, a rua também oferece outras possibilidades de compras, como a loja do Boticário — a filial da Voluntários é uma das mais antigas de Curitiba, estando ali há, pelo menos, 35 anos.
O público dessa loja, conforme explica a consultora Isabel Cristina Vows, é bem variado, mas normalmente fiel à história da loja:
“Atendemos pessoas a semana toda, muitas que circulam porque trabalham ou moram perto, mas muita gente conhece a localização da loja porque ela está aqui há muito tempo”, comenta.
História e compras
Caminhar pela “quadra dos outlets” na rua Voluntários da Pátria também é saborear a história de Curitiba misturada ao ritmo que só o centro da cidade permite experimentar.
Aos sábados, a esquina com a rua Emiliano Perneta não está ocupada pelos estudantes do Instituto de Educação Professor Erasmo Pilotto, e o prédio imponente que ocupa pelo menos metade da quadra parece ainda maior.
Aos poucos, os moradores, comerciantes e consumidores vão surgindo. Carros ocupam as vagas de estacionamento, o movimento nas calçadas cresce.
Quem se aventura a cruzar a rua Emiliano Perneta, em direção à praça Rui Barbosa, encontra uma variedade ainda maior nas opções de compra na Voluntários da Pátria, que vai de peixaria a loja de sombrinhas. E dá até para consertar o guarda-chuva quebrado: o reparo sai por R$ 15.
Utensílios domésticos, aviário, tecidos e até mesmo um hotel dividem espaço na mesma rua. Quem está em busca de tecidos, a Tecidos Voluntários expõem as ofertas na porta. Um tecido de malha, por exemplo, está custando R$ 15,99, o metro. Uma flanela, R$ 13,99 o mesmo metro e uma lã batida, R$ 19,99.
Se caminharmos pelo outro lado, atravessando toda a praça Osório, o clima da Voluntários da Pátria é bem diferente no sábado pela manhã. Mais movimentada, empresários caminham rápido, dividindo espaço na calçada com os entregadores. O edifício Asa faz sombra à quadra, que mal parece uma rua de compras, mas um trecho empresarial importante da cidade.
Isso não significa que ali não se encontrem lojas — Smithfield e Frischmann’s expõem ternos, paletós, blazer e sapatos sociais. A confeitaria Suisse, embora fechada nas primeiras horas do dia, será espaço para diversas reuniões e a rua jamais cessa o fluxo de carros.
A Voluntários é diferente a cada quadra, mas quem busca compras, terá mais sorte se permanecer no trecho entre as praças Rui Barbosa e Osório.
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