Do lixo à arte: designer curitibana desenvolve joias com peças encontradas na rua
Marina Mori
06/06/2018 15:05
Foto: Eduardo Aguiar
Para a curitibana Salma Nasser, um dia perfeito é aquele em que ela sai de seu apartamento, no centro da capital paranaense, e anda pela cidade com os olhos atentos ao chão. Assim que vislumbra o brilho discreto de um fio de cobre, de bijuterias estragadas ou de plásticos quebrados, não pensa duas vezes: recolhe os objetos e os guarda na bolsa. Em casa, transforma o lixo em joias de arte. “As pessoas devem achar que eu sou louca. Mas é uma loucura boa”, diz, rindo.
Apesar de também trabalhar com a joalheria clássica, com ouro, prata e pedras preciosas há quase 20 anos, a designer gráfica e artista plástica divide o trabalho tradicional conciliando a paixão pelas joias não comerciais, confeccionadas a partir de sucatas.
Parte desta coleção, produzida desde 2007, estará exposta na Galeria Teix a partir desta quinta-feira, 7, na mostra “Coletora de Joias”. A exposição – primeira realizada individualmente pela artista – segue até o dia 7 de julho.
Ressignificar o que é considerado lixo é natural para Salma. Desde criança, as miudezas descartadas a fascinavam de um jeito que não conseguia explicar. “Para mim, são objetos muito preciosos. Quero tentar passar esse sentimento de contemplação com as obras”, explica a designer.
A artista reuniu suas joias conceituais em caixas brancas e pretas para dar destaque às composições. Em algumas, é possível identificar fragmentos de lanternas de carros. “Eu acho lindo o brilho vermelho delas. E são raras, porque pego em lugares onde aconteceu algum acidente”.
Quem quiser conhecer também o trabalho da designer com a joalheria clássica, suas peças usáveis estão à venda na loja do Museu Oscar Niemeyer (MON), e também em seu próprio atelier.
Serviço
Mostra “Coletora de Joias”
Abertura: 7 de junho, às 19 horas
Até: 7 de julho de 2018
Galeria Teix – Alameda Augusto Stellfeld, 1581, Batel, Curitiba.