Esporte fino, passeio completo e a rigor: ainda é preciso respeitar essas regras?
Marina Mori
01/12/2018 12:00
Escolher o traje certo para uma festa é uma tarefa que deve ser cumprida em consideração ao anfitrião, segundo especialistas em etiqueta. Foto: Becca Mchaffie / Unsplash
Você recebeu um convite para um aniversário e, no fim da página, uma pequena frase mostra a sugestão do traje que os convidados devem usar para ir ao evento. “Esporte fino, passeio completo, a rigor”. Como interpretar cada uma das indicações? E mais: ainda é preciso respeitar essas regras, em um contexto onde a moda pede cada vez mais inclusão e menos padrões?
Para Silmara Adad, professora do curso de Etiqueta do Centro Europeu, a recomendação de traje nos convites é muito bem-vinda e deveria ser encarada como algo positivo pelos convidados. “O anfitrião não está querendo que todo mundo siga um padrão, mas uma orientação”, explica.
As indicações, para ela, são uma forma de esclarecer dúvidas e até mesmo evitar constrangimentos. “Elas não foram criadas para distinção entre as pessoas. É um cuidado que se tem, uma consideração ao outro”.
A recomendação do traje independe do estilo pessoal do convidado, segundo a especialista. “A sua autenticidade e originalidade sempre vão ficar marcadas no seu modo de vestir”, garante. “A gente precisa olhar para isso para não correr o risco de uma interpretação errada do evento. Quando a gente tem noção do que vai acontecer, tem maior probabilidade de acerto”, diz a consultora de imagem e personal stylist Adriane Marques.
Pensar no objetivo do evento é o primeiro passo. “Precisamos pensar no local da festa, no perfil do anfitrião que está preparando tudo e também no horário. Isso dá uma diretriz para o convidado”, diz Adad.
Atenção ao tecido
O material do traje é, talvez, o principal símbolo de que o convidado compreendeu a recomendação do convite. Em geral, a dica é apostar nas fibras naturais, que têm seu próprio charme, e evitar muitos sintéticos. “O tecido influencia, sim. Aliás, não só ele, como também a modelagem e o corte da peça, que vai combinar ou não com o ambiente da festa”, explica Marques.
Novos termos
A professora de etiqueta comenta que, nos últimos anos, o termo “balada chic” passou a surgir nos convites de aniversário e outros eventos. “Tradicionalmente, não existe. Mas é a nova onda. Não precisa ir de social, pede mais arrumação”, explica ela.
“É um tipo de festa em que com certeza você vai dançar. Dá para usar vestidos mais curtos, mas tem que cuidar para não sair vestida para a balada do fim de semana. O esporte fino supre essa definição”, completa a consultora de estilo Adriane Marques.
Traje esporte
É a recomendação mais flexível de convite. Roupas confortáveis e tecidos como sarja e algodão, além de tênis, são alguns dos exemplos possíveis. “É basicamente o que a gente usa no dia a dia”, diz Adad.
Traje esporte fino ou passeio
Também chamado de “tenue de ville” (em francês, o termo significa “roupa da cidade”), o traje esporte fino é um pouco mais requintado que o anterior. Tecidos mais básicos dão lugar aos mais elaborados, embora o jeans ainda seja permitido. “Como o nome ‘passeio’ diz, não é nem muito casual, nem exageradamente arrumado”, explica a professora de etiqueta.
“É uma ocasião que requer um pouco mais de capricho, de um jantar com amigos a um evento corporativo”.
A consultora de imagem sugere apostar em peças feitas com crepe com elastano, que proporciona conforto e ao mesmo tempo tem um bom caimento.
Traje social ou passeio completo
A produção é formal e só fica atrás do traje a rigor. Para as mulheres, de pantalonas a vestidos que transmitam glamour. As bolsas são menores, do tipo clutch, e os saltos tendem a ficar mais finos.
Para os homens, o traje social significa que o costume (paletó e gravata) é essencial. O importante, neste caso, é saber escolher a peça certa em termos de corte, tamanho e o quanto ela combinará com o sapato.
“É tapete vermelho aqui”, brinca Adad. Vestido longo para as mulheres, smoking para os homens. E uma produção digna de Hollywood. Quanto mais nobre o tecido, melhor, e isso não significa que a peça precisa ser repleta de detalhes e bordados. Esta é a hora, também, de apostar em acessórios requintados.